the NachtKabarett

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All Writing & Content © Nick Kushner Unless Noted Otherwise
In collaboration with Gilles R. Maurice
Translation by: Heather Quick

"A Morte é um policial/A Morte é o padre/A Morte é o aparelho de som/A Morte é uma televisão
A Morte é o tarô/A Morte é um anjo e/A Morte é nosso Deus matando todos nós"
Marilyn Manson, In The Shadow Of The Valley Of Death

O Tarô é uma antiga forma de adivinhação. Muitas vezes mal interpretado como tendo utilidade para prever o futuro, o Tarô pode, de alguma forma, adivinhar o futuro, mas apenas na medida em que é revelado ao leitor em um estado; de estar presente, assim podendo proceder o destino da promessa, como dito por Alejandro Jodorowski, sábio mestre do Tarô de longa data. O método pelo qual é revelado é dito na ordem e formação que as cartas aparecem, no qual o leitor adivinhou.

Dentro desse artigo, a simbologia, significados e representações de cada uma das cartas que Manson reinterpretou, será discutido, ambos ao logo de sua existência na história do Tarô, bem como o significado de elementos adicionais que Manson inseriu em seu deck, e de onde eles são representativos, incluindo sua ordem e por que Manson colocou-as de tal forma.

 

O Tarô no Holy Wood O Hierofante Antichrist Svperstar Roda da Fortuna A. Jodorowsky

 

Acredita-se que o Tarô evoluiu progressivamente do que hoje são os jogos de carta modernos, e vice-versa, dependendo da fonte. As cartas do Tarô são separadas em quatro naipes, da mesma forma do jogo de carta convencional, mas as diferenças mais evidentes são de que o Tarô contém 22 cartas adicionais, a última, na qual é conhecida como Arcana Maior e a primeira como Arcana Menor. A atribuição dos naipes, ao invés de ser Ouro, Copas, Espadas e Paus, o Tarô consiste de Espadas, Pentáculos, Cálices e Ouros ou Bastões. Também dentro de ambos os sets das cartas, têm as imagens; no Tarô entretanto há Reis, Rainhas e Cavaleiros e Pages, uma carta a mais do que o jogo comum; são 14 em cada parte, ao contrário das convencionais 13. Diferentemente em contraste são 22 cartas de personagens, ou cartas Triunfo; nas quais 10 foram estilizadas pelo Manson e usadas dentro do encarte do “Holy Wood”. Muitas delas foram totalmente reinterpretadas com algo sendo totalmente invertido de suas bases históricas para propósitos simbólicos delienados abaixo. Adicionalmente, há cinco maneiras de interpretar cada carta, uma metodologia que é aplicada a todas as variações de leitura do Tarô: estrutura gráfica (escondida), símbolos individuais, distribuição de cores, associações tradicionais, e finalmente um sentimento ou ressonância distintiva com cada carta.

Houve várias interpretações e representações do Tarô por toda a história, a mais famosa e largamente usada são as do deck de Arthur Edward Waite, mas outros, como Aleister Crowley com seu deck Thoth, e mais recentemente com H.R. Giger, reinterpretaram o Tarô.

Screenshot do menu do "Holy Wood" do DVD "Lest We Forget".

Quando lidamos com a simbologia do Tarô, é mais notado o personagem cartas Triunfo, que são discutidos. Cada elemento dessas cartas Triunfo contêm uma simbologia oculta e subliminar que varia de letras Hebráicas formadas pelo posicionamento dos membros encravados e dígitos das figuras, até vários elementos e objetos representados nas cartas que tem um significado muito mais profundo no oculto, astrologia e adivinhação do que se é visto superficialmente. Muitas das cartas que Manson reinterpretou, novamente, só dez das vinte e duas, são simbólicas e tem correspondência mais notável com Saturno, Mercúrio e Adam Kadmon; todos nos quais são representativos de renascimento e transformação.

Em relação a Cabala, há vinte e duas letras no alfabeto Hebráico e cada uma das cartas Triunfo representam uma letra. Cada uma das letras do alfabeto Hebráico são denotadas com um valor numerológico. A relação que segue “aleph,” a primeira letra do alfabeto, corresponde ao Mago, numerada como I das cartas Triunfo; o número da carta do Diabo é XV e corresponde a letra hebráica “ayin,” que é a décima quinta letra do alfabeto hebráico. Adicionalmente, é seguro por vários sábios ocultos que as quatro partes do Tarô correspondem a uma das quatro letras do Tetragrammaton.

O Tarô corresponde aos caminhos na Árvore da Vida Cabalística. Para mais dos muitos elementos Alquímicos e
Cabalísticos, visite a compreensiva seção Alquimia e Cabala no Nachtkbarett.

O Tarô conta uma história das características do Homem em sucessão das cartas mostradas, revelando o caminho à ascendência espiritual do estado mais baixo ao mais alto, naquela ordem de progressão cíclica por natureza, assim, criando um paralelo, exatamente como a progressão do “Holy Wood” e “Antichrist Svperstar”.

O aspecto visual do "Holy Wood" parece ser quase tão importante quanto a música em si...

MM: Sim, é verdade, porque realmente forma um todo. O encarte do "Holy Wood" foi feito por Paul Brown, que já foi responsável pelos nossos outros dois álbuns, não contanto o ao vivo. Nós trabalhamos e decidimos juntos, sem a intervenção de fotografias ou designers externos. O que não significa que de repente me tornei um fotógrafo, mas simplesmente que nossa associação nesse campo é boa. O encarte desse novo álbum é bem simbólico a meu ver, porque comecei a trabalhar nele ao mesmo tempo que o resto do álbum. É inspirado pelo tarô e alquimia, que vim estudando por dez anos. Meu interesse pela alquimia já havia aparecido no "Mechanical Animals" embora de uma forma indireta, porque quando você mistura as letras do título, você tem "Marilyn Manson is an Alchemical Man" (NT: "Marilyn Manson é um Homem Alquímico").

Entrevista para a D-Side, Novembro de 2000
Traduzido do Francês.

 

A atribuição das cartas, como delienado acima, é a chave para a adivinhação do Tarô, a ordem na qual é para responder a questão adivinhada pelo portador das cartas, pelos seus avisos, premonições, expectativas, decisões etc, pela simbologia dentro das cartas e suas ordens. Entretanto, dentro do encarte do “Holy Wood”, não há uma pergunta que foi feita, apenas a apresentação de uma resposta pela atribuição das cartas, que podem ser colocadas juntas através de suas ordens e elementos.


Clique nas miniaturas acima para descrições de cada Arcana Maior do tarô Holy Wood.

A atribuição das cartas é feita muito especificamente para contar uma história do Manson. Uma primeira evidência dessa intenção; por exemplo, se alguém vê o ”Holy Wood” estabelecido com o lado do Tarô para cima, começando a desdobrar o encarte (deixando o lado do Tarô virado para cima) começa do lado esquerdo com o rosto do Mago em cima do carta do Demônio, as fotos dos membros da banda irão se alinhar lado a lado os representando.

Layout das dez cartas da Arcana Maior reinterpretada pelo Manson dentro do encarte do “Holy Wood”,
com o Enforcado atuando como um prelúdio ao álbum em si.

Desdobrando o lado interior, rolando o encarte, a foto com o Manson usando a pele de macaco com a Cruz Tau aparecerá diretamente próximo à carta do Imperador, desdobre de novo e foto do Ginger Fish aparecerá ao lado da carta do Eremita, e seguindo por todo o encarte, a foto do John 5 com O Louco, Madonna Wayne Gacy com a carta da Justiça, Twiggy Ramirez com a Sacerdotisa e, por último, a carta do Hierofante corresponderá com a carta da Morte, as primeiras e últimas cartas dentro do encarte.

Desdobrando o interior do encarte do “Holy Wood” (por exemplo, o Mago se desdobrando acima da carta do Demônio) as fotos da banda iram cair à direita do Tarô, representando cada membro da banda respectivamente, até as últimas; as cartas da Morte e Hierofante, a primeira e última cartas dentro do encarte do “Holy Wood” estão lado a lado./span>

Essa correspondência do encarte é muito similar a contraparte do “Holy Wood”, o “Antichrist Svperstar”, que palavras e imagens são formadas por desdobrar o encarte em diferentes posições, nesse caso apenas sendo mais esotérico, súbito e reciprocamente, alegórico.

Deveria ser notado que o “Holy Wood” estava intencionado a representar o primeiro álbum da Tripytch do “Antichrist Svperstar”, “Mechanical Animals” e “Holy Wood”; deste modo, a atribuição das cartas podem representar a progressão de Manson/Adam Kadmon através dessa Tripytch, e o destino que o sucederia, como a ordem da leitura do Tarô é exatamente essa, de contar uma história.

 

Screenhot do documentário "The Death Parade", durante a performance acústica de "GodEatGod" em Nova York.

Ela me diz que sou uma uma bela bala/Uma imitação de Cristo
Marilyn Manson, The Love Song

O Enforcado, embora não marcado especificamente como uma carta dentro do encarte do “Holy Wood”, é, de fato, a primeira carta que aparece no deck do Manson, sendo a capa do álbum e a décima segunda carta do Arcana Maior. O Enforcado, como é chamado historicamente, bem como todas as cartas que seguem tanto tradicionalmente, como a reinterpretação do Manson, têm vários elementos ocultos e simbolismo que atua durante todo o “Holy Wood”. É também uma das cartas mais radicalmente revisadas pelo Manson. A versão de Aurthur Edward Waite é também chamada de “The Hanged Man” (NT: O nome da carta original é “The Hanging Man” mas traduzido da mesma forma como “O Enforcado”), e como é evidente durante todas as outras reinterpretações do Manson, muitas de suas outras cartas também são padronizadas de uma forma próxima ao deck de Waite; esse deck tornou-se o mais usado. O aspecto mais drástico da interpretação da carta do Manson, é inversão do enforcado em si: O tradicional fica de cabeça para baixo e a do Manson de cabeça para cima, representando Cristo (para mais sobre isso, leia 'Imitação de Cristo' no Nachtkabarett). Nessa descrição do Manson como Cristo, ele está suspenso, sendo uma das duas inserções pessoais imediatas feitas por ele.

A representação tradicional [1] & Manson como O Enforcado. A tradicional, como oposta à de Waite, na qual ele omitiu (como muitas de suas interpretações das cartas) vários elementos alquímicos e símbolos ocultos cruciais, como o paralelismo do cabelo do enforcado para baixo, que ecoa com a grama crescendo para cima para ilustrar transformação; a natureza cíclica da vida através da morte, que aparece virtualmente em cada canto do “Holy Wood”
Direita: 'Crucifixion' de Ruben, 1620. Note a composição e cores, e como a sombra de Cristo escurece virtualmente a cruz, que tende a desaparecer.
A parte irônica sobre a capa é que meu ponto foi de dizer que o entretenimento é culpado por muita da violência, e a imagem do crucifixo é muito violenta. A maneira real em que foi criada a capa foi uma combinação de uma fotografia de Cristo de uma Igreja (não é o meu corpo), e eu incorporei meu rosto e meio que virou um quadro do Renascimento, e o fato de que eles acharam ofensivo prova a minha teoria. O simbolismo da mandíbula sendo removida diz muito sobre as pessoas com opiniões, incluindo o próprio Cristo, que sempre foram destruídas pelo que eles tinham a dizer. A outra coisa é que não há cruz na foto, é meramente eu pendurado no espaço, "Cruci-Fiction in Space", como o título da música.
Marilyn Manson, entrevista para a Dot Music, 2000
Manson como um Cristo sem mandíbula na cruz na capa do álbum, imitando Cristo deslocado, semelhantemente deteriorado pela praga estigmata em Isenheim Altarpiece de Matthias Grünewald (direita, 1516).
Manson disse que essa representação foi feita após um quadro de Cristo. Atrás do numeral XII está o visível INRI, a sigla em latim que significa “Jesus de Nazaré Rei dos Judeus” que foi rabiscado acima da cruz original da crucificação.

“O Homem é retratado como suspenso no espaço, seu isolamento reflete sua básica solidão, e a postura desconfortável reflete seu próprio tormento interior. [1]” Já temos um paralelo ao “Holy Wood” e a Triptych com o tema recorrente da solidão, tormento e isolamento; particularmente em músicas como “Disassociative” e “In the Shadow of the Valley of Death” (o título da música é o subtítulo do “Holy Wood”), mas dessa vez vista de uma forma espiritual/metafórica, que também é ilustrado no encarte do “Holy Wood”.

O Vácuo do Espaço Infinito Abrangente, como encontrado dentro do encarte do "Holy Wood", e o subtítulo da última faixa, "Count to Six and Die".

O Enforcado é também frequentemente descrito como sendo sorridente ou indiferente à dor, como se ele não estivesse ciente de seu caos interior. Manson, entretanto, na representação do Enforcado, não é tão aparente que a mandíbula do Manson tenha sido removida, ambos na capa e contracapa do “Holy Wood”, refletindo o conceito de censura imposta em vários artistas, bem como nele mesmo, como se Manson fosse quem esteve na vanguarda da consequência de Columbine, que o caça, por causa da alegada influência perigosa que ele – e outras formas de entretenimento – teve na juventude Americana. Isso, bem como a instigante representação de Cristo fizeram com que várias redes de varejo se recusassem a vender o álbum; a não ser com uma capa alternativa, com Manson atrás do Sigillum Dei Æmeth.

Esquerda: Capa alternativa/contracapa do "Holy Wood", mostrando Manson em uma pose extasiada com a auréola 'Sigillum', e colocando ênfase em sua mandíbula não-presente. Direita: Screenshot do vídeo da "Dispoasble Teens" mostrando a língua amputada e devorada do Manson no fim de um gancho, evocando semelhantemente sua desobediente liberdade de expressão após Columbine.

Em contraste com as representações tradicionais, no contexto do Manson acima, ele está, entretanto, bem ciente do tormento em volta dele nessa época, já que outros, como descrito em várias versões do Enforcado – ele está sorrindo, mas Manson não está.

A cruz, embora não esteja presente fisicamente na reinterpretação do Manson, é um elemento onipresente do Enforcado nos decks tradicionais do Tarô, representado pela postura das pernas do homem, que forma uma cruz pelas suas intersecções. Um elemento que facilmente e frequentemente passa desapercebido, é que a maioria das versões do Enforcado, a corda que ele está pendurado, não está no seu pé, na verdade; está apenas ligada ao seu limbo de flutuar no espaço, bem como o Manson, que não está pregado ao crucifixo, mas está CRUCIFICADO NO ESPAÇO (veja 'Cruci-Fiction In Space'), já que não há uma cruz. “Esse é o porquê da corda que o conecta ao mais alto dos quatro elementos (terra, ar, fogo, água), a barra horizontal não está presa ao seu pé, na verdade; o homem está pendurado no nada. [1]”

Eu sou uma revelação/E eu estou pregado/na Madeira Sagrada
Marilyn Manson, Cruci-Fiction In Space
Direita: Manson surgindo do palco e literalmente crucificado no espaço durante a performance da "Cruci-Fiction in Space" na turnê Guns, God and Government
em 2001. Direita: 'Christ of Saint John of the Cross' pintado por Salvador Dalí em 1951, uma possível inspiração para a performance espetacular do Manson.

Nos decks tradicionais, “nesse nível de interpretação, podemos ver que a carta proclama aquele homem como uma força de vida invisível, que está de cabeça para baixo, a vida humana como é vivida agora é algo anormal. Ao mesmo tempo, a estrutura da carta reflete a liberdade do homem de continuar nessa posição desconfortável, para ele é uma certa extensão livre dos quatro elementos que o ligam dentro da experiência temporal. [1]”

Desenho oriental de uma figura parecida com Cristo inclusa no encarte do "Holy Wood",
e que combina perfeitamente com o conceito 'Crucificado no Espaço'.

Um dos temas centrais no “Holy Wood”, bem como na Triptych como um todo, é o constante tema da revolução, evolução e ressurreição como a metafórica transformação. A inclusão do Enforcado na capa do álbum é bem pertinente e representativa nesse tema. “Em um tema mais alto de interpretação, podemos considerar o Enforcado como uma declaração sublime de uma verdade cósmica de que o homem precisa morrer para renascer em um plano mais alto... Esse ensino profundo é favorecido com alguma esperança, que os gráficos insistem em uma relação entre o cabelo do homem, que é representado pendurado para baixo e as gramas do outro lado, implicando que a vida pode surgir dessa “morte humana”. [1]” Nesse sentido, a capa do "Holy Wood" também ilustra perfeitamente a alusão Crowleyana sutil ao conceito do 'Deus Moribundo' que Manson fez em "A Place in the Dirt".

A reinterpretação do Manson reflete isso acertadamente, bem como, em apenas uma nova perspectiva em relação ao Cristianismo ilustrando ele mesmo como o crucifixo condenado que a sociedade pode, hoje em dia, se livrar da cegueira de sua própria persuasão Cristã que eles próprios se condenaram. Como a versão do Manson é uma representação invertida, ela empresta a conotação ao paradoxo daqueles que são cegos em seus próprios estados, que acreditam neles mesmos em estarem certos. E esse é o tema que “Holy Wood” evoca e, reciprocamente oferece uma liberdade ao ouvinte dessa prisão psicológica.

 

A primeira carta que aparece dentro do encarte do “Holy Wood” é a carta da Morte; a décima terceira carta do Arcana Maior. Seguindo na veia com o tema do Enforcado em série, a carta da Morte não representa a morte física, mas, sim, é simbólico à mudança e transformação.

A carta da Morte é representativa de Saturno. Como oposto a descição de um esqueleto inteiro – como é tradição nos decks, Manson, ao invés disso, é apenas metade existente. Sua parte mais baixa foi comida, ainda que a carne esteja intacta com a coluna verterbral visível; o caminho e base da energia Kundalini/Chakra. O esqueleto é frequentemente descrito como a Morte em representação de “O esqueleto é a parte do corpo mais inacessível aos assaltos da experiência e tempo. A carne envelhece e decai, o osso continua. Então a carta é uma imagem de continuidade da vida e natureza, na qual a morte é uma parte do ciclo da vida, morte e vida renovada. [1]” Temas descritos pelo Manson; tais como a vértebra da espinha preservada mesmo depois da carne ter apodrecido. Similar ao Enforcado (que é a carta anterior no “Holy Wood”), que representa o ciclo pelo seu cabelo estagnado de cabeça para baixo, tangente à grama crescendo para cima da base da imagem; vida evoluindo da morte e regeneração. A ideia da vida através da morte também está presente na representação do Manson; se você olhar atentamente ao que parecem ser galhos de árvore ao fundo.

Esse álbum está repleto de alusões às moscas. O que elas significam?

Elas representam morte e decadência; elas se alimentam de coisas mortas. Mas elas também representam mudança. Para o encarte do álbum, eu usei muita imagem do Tarô. Algumas pessoas pensam que a imagem da morte não significa mais nada, mas morte pode representar transformação.

Entrevista para a Rock Sound, Novembro de 2000
Traduzido do Francês
A carta da Morte de um deck antigo [1] representando a formação de Saturno pela foice e a intersecção dos braços. Um comum mecanismo
de imagem escondida no Tarô, que vai de símbolos como esses, até às letras em Hebreu, que cada carta é correspondente.

Também tradicional dentro da representação da carta da Morte, é que a Morte é frequentemente representada com uma foice, para o propósito de representar Saturno podando a matéria morta no ciclo de renascimento e rejuvenescência. A posição da foice faz um paralelo com a intersecção das mãos da Morte segurando-a na forma do símbolo de Saturno. Isso, claro, não seria a primeira instância no paralelismo do Manson às forças de Saturno, conhecido como o Devorador; evidente no encarte do “Holy Wood”, bem como atuando como Saturno no vídeo da “The Nobodies”. Embora Manson e sua reinterpretação não seja representada por um esqueleto, não esteja segurando uma foice ou com a intersecção de suas mãos auxiliando a formação de Saturno, é, entretanto, residualmente representativa de Saturno, que é esse planeta que a carta da Morte representa. A foice, na tradicional representação do Tarô e sua posição, entretanto, é ecoada dentro da representação do Manson, via o sutil semi-círculo feito pelo suporte IV como se estivesse curvado e na direita de ambas, está o topo e o fim do suporte.

“A moldura esquelética (em que Manson é representado sugestivamente pelo suporte IV) está na forma da metade de um círculo, que representa espírito em um estado de tensão, a ideia sendo que uma crescente em suas costas atuará como um pires e mantém a energia espiritual seguramente como no COMUDO CRESCENTE DO MERCÚRIO, enquanto uma crescente de cabeça para baixo, como uma cúpula, irá autorizar as energias espirituais a sumir do desgaste. Um crescente estagnado, como nessa Décima Terceira carta (bem como a do Manson), está em um estado de tensão por isso, e que pode cair de qualquer forma – portanto, tem o potencial de ganho espiritual ou perda total. A estrutura gráfica sugere uma atração entre as forças do bem e do mal. [1]”

Ilustração de Saturno usada dentro do encarte do “Holy Wood”. Carta da Morte do deck Thoth de Aleister Crowley.

“A tradicional interpretação divinatória da carta da Morte indica transformação, morte inevitável e a influência saturnina em geral. Marca a transformação acima de todas as coisas e, em particular, se relacionada com a “morte metafísica” que é associada com desilusão e o mundo sensível de aparência. A tradição mantém que no reverso indicam coisas como suicídio moral, em oposição a projetos aparecendo de fontes externas e fatalidade no geral. [1]”

Embora a carta da Morte não seja uma destruição literal, certas simbologias dentro da reinterpretação do Manson fazem, de fato, alusão à morte; tanto literal e como um conceito que seria esperado. Primeiramente, acima do ombro esquerdo do Manson, há uma tela de televisão que passa a ideia de martírio na câmera e o caráter Celebritarian, no qual o “Holy Wood” gira em torno. Isso é seguido pela foto alternativa da carta da Morte, mostrada na capa do single da “The Fight Song”, que Manson está em uma pose ligeiramente alterada com o frame 313 do notório filme Zapruder, mostrando o tiro que assassinou JFK (Para muito mais sobre isso, visite o artigo: KENNEDY & KING KILL 33° do Nachtkabarett). O monitor no encarte do “Holy Wood”, diferindo, mas em um tema semelhante, tem um corvo que é mostrado no monitor, que também é simbólico da morte, bem como um mau presságio.

O corvo [2], como é mostrado na tela no ombro esquerdo do Manson, onde, na Alquimia, é simbólico dos primeiros estágios da jornada na Alquimia,
retirado do trabalho externo e penetrando diante de seu espaço interior, o obscuro mundo interior da alma.

Entretanto, dentro da alquimia, “O corvo preto – ou o Devorador – é o começo do grande trabalho da alma da alquimia. Isso indica os estágios finais do encontro do alquimista com seu espaço interno, através da retirada do mundo externo dos sentidos na meditação, e entrando no que é, inicialmente, o obscuro mundo interior da alma. Ainda nesse estágio, é também descrito, como no caput mortuum, as cabeças da morte, ou como alguma ilustração alquímica mostra, o alquimista morrendo dentro de um frasco. Assim, no símbolo do Corvo Preto, temos a saída da consciência do mundo de sentidos físicos; as restrições que nos liga ao corpo físico. [2]”

Deste modo, nessa veia do corvo e da carta da Morte como uma segunda em sucessão representativa de renascimento, a transformação embarca em uma Odisseia, na qual a Triptych dos três álbuns irá fazer uma crônica desse paralelo.

 

A seguir, vem a Sacerdotisa, também conhecida com a Papisa nos antigos decks, a segunda dentro do Arcana Maior e segunda a aparecer no encarte do “Holy Wood”. “A segunda carta, a Sacerdotisa, significa o lado passivo dos seres humanos. A primeira carta, o Mago – ou Malabarista nos decks antigos, é masculina, e tem uma postura ativa; a segunda carta é feminina, e tem uma postura contemplativa e passiva. [1]”

O Mago com a Sacerdotisa/Papisa na reinterpretação do Manson, que são tradicionalmente considerados o inverso de Adão e Eva.
Dentro desse contexto, é interessante notar a alegoria de Adão criando Eva fora de sua costela, enquanto Eva, subsquentemente, na progressão entre as cartas I e II
(como ilustrado na carta da Sacerdotisa), cria uma criança fora de sua cavidade vaginal metafórica no seu peito.

A Sacerdotisa, como o complemento inverso do Mago, é a Eva para seu Adão em seus retratos no deck do Manson, e ambos são representados pela cavidade aberta do peito.

Carta tradicional da Sacerdotisa [1] e a Sacerdotisa de Waite [4]. O Manson se baseou na versão de Waite, pelo uso da posição da figura, bem como com os pilares. Waite foi um Maçon e inseriu alguma imagem Maçônica em seu deck. O “B” e o “J” nos pilares atrás dela, são de Boaz (“Força”) e Jachin (“Estabelecer”). Juntas, as palavras representam “Estabilidade.” Essas são representações simbólicas da fundação da Maçonaria.

Tradicionalmente, atrás da Sacerdotisa há cortinas (ou mantos) para “sugerir chifres, que representam força, porque eles penetram e tem receptividade e seus elementos são como um receptáculo. [1]” Dentro da interpretação do Manson da Sacerdotisa é personificado por Twiggy Ramirez, o andrógino que frequentemente usara um vestido de boneca no palco. A roupagem é substituida (ou estilizada após a versão de Waite) por uma estrutura que lembra O Baldacchino, uma grande escultura do artista Italiano Gian Lorenzo Bernini, na Basílica de São Pedro, na cidade do Vaticano. Esse aspecto é importante, devido a um aspecto de conhecimento a ser discutido brevemente.

Esquerda: A Papisa como uma alegoria da Igreja Católica em uma gravura feita em 1628 contida no 'Icones Symbolicae" de Christoforo Giarda, segurando as chave cruzadas dos Papas, que também aparece nas cartas do Hierofante do Manson e Waite. Direita: São Pedro Baldacchino no Vaticano, no mesmo tipo de estrutura que fica por trás do Twiggy.

Ela é representada em uma vestimenta Cardinal, em uma dicotomia de imagem, como ela é também referida em alguns casos como a Prostituta de Babalon.

Alegoria Protestante anti-papal de uma edição de 1545 da bíblia Luther, representando a Papa Joana
com uma tiara como a Prostituta da Babilônia cavalgando na Besta do Apocalipse de sete cabeças.

A origem da Sacerdotisa ou Papisa é baseada na história da Papa Joana, a primeira e única Papisa que passou através da hierarquia da Igreja Católica em disfarce e que (dependendo da narrativa) morreu nos passos de São Pedro, onde a escultura aparece dentro da carta. Outra narrativa diz que ela foi dilacerada de membro em membro pelas pessoas e, nesse ponto, foi descoberto que, na verdade, era uma mulher.

Ilustrações da Papa Feminina [1]; A Prostituta da Babilônia e a Papa Joana, o sacrilégio de uma Papa Feminina com uma criança.
Uma das quatro freiras/prostitutas Apocalípticas no vídeo da "" carregam de forma semelhante um recém-nascido, brevemente oferecido ao Manson.

A história da Papa Joana, “de acordo com uma versão, ela era uma garota Inglesa que se apaixonou por um monge e se vestia como um homem para estar com ele sem levantar suspeitas. Depois de sua morte, ela foi para Roma, disfarçada de homem, e tornou-se um padre. Ela passou rapidamente para a Igreja e foi apontada como Cardinal e, em 885 foi eleita como Papa João VIII. Infelizmente, ela ficou grávida e morreu embaraçosamente no parto nos passos de São Pedro. [3]”

Notando os elementos do Twiggy no papel de Sacerdotisa, uma cavidade aberta no peito é mais aparente e ela está segurando uma pequena figura sem vida em sua mão direita, evocativa do parto na roupas Cardinais.

Ilustração mostrando a Papisa repentinamente dando a luz a uma criança
a partir de uma tradução do século XV de 'De mulieribus claris' de Boccaccio.
Interior da capa do “Holy Wood”, representando um esqueleto fetal de cabeça para baixo dentro
de sua mãe. Uma ilustração mórbida da vida emergindo da morte.

Nos decks ao longo dos séculos, a capa aberta da Papisa representa simbolicamente uma vagina. Na progressão da interpretação do Manson, os paralelos acima e teorias do feto coincidem com a capa aberta e suas variações, como o peito aberto no lugar da metáfora tradicional.

“Muito frequentemente, esse lado “espiritual” é dado uma real expressão material em uma leitura para um homem consulente, como frequentemente simboliza uma mulher cujo ele está interessado em estabelecer um relacionamento, ou cujo um relacionamento esteja acabando: o mais importante é o desengajamento, por isso não tem relação com uma mulher que ele é, contemporaneamente ligado. Em um certo sentido, a carta relata ao “ideal” ou à “mulher dos sonhos,” e nesse nível, é claramente ligado com a anima, a alma gêmea feminina, pela carta inteira enfatizar esse lado lunar e femininio da dualidade humana... A tradição da interpretação divinatória da carta é que a Papa significa intuição, coisas escondidas, e a influência da lua e Saturno, embora a carta seja extremamente duvidosa. Indica silêncio, a necessidade de silêncio, um estranho e “religioso sentimento.”

Dito isso, e com um dos maiores preceitos dentro do “Holy Wood” e da Triptych, é que é a Coma White, a entidade inalcançável, a perfeição que Manson/Adão procura. Como a Sacerdotisa é a terceira carta e o começo da progressão, ela contorna esse tema e sua precedência através da Triptych.

 

Antes das balas/antes das moscas
Antes das autoridades tirarem meus olhos
Marilyn Manson, Godeatgod

A próxima carta na progressão do Tarô do Manson, é a carta da Justiça. É o número 11 dentro da ordem do Tarô Trunfo, que também é o número do martírio na numerologia Cristã e “um novo começo,” porque é a primeira de uma alta série de números acima do 11. A carta marca a concepção do verdadeiro interior, mostrado na impregnação feminina, a mulher, pelo homem, a espada/arma e escalas “como simbólico dos testículos do falo. [3]” Isso segue ao lado com o tema acima da Sacerdotisa, a carta anterior dentro do deck do Manson, que representa nascimento. Entretanto, se alguém lê as cartas de trás pra frente dentro do “Holy Wood”, a última carta da página, O Mago (Adão), vai fluir com a Justiça (impregnação) e imediatamente depois, segue a Sacerdotisa (Eva e nascimento):

 

O MAGO/ADÃO
Homem
JUSTIÇA/IMPREGNAÇÃO
Simbólico do falo e testículos
A SACERDOTISA/EVAbr /> Vagina/Nascimento/Criança/Transformação

Como na linha de interpretação do Manson a Justiça vem diretamente depois da Sacerdotisa, isso segue com uma continuação gráfica da interpretação tradicional da Sacerdotisa. Como discutido, antes, as cortinas e véus são normalmente retratados atrás da Sacerdotisa, e são simbólicos de chifres; penetração e então receptividade. A carta da Justiça representa impregnação, e marca a concepção do verdadeiro interior. Na representação do Manson, a Justiça tem uma bandeira Americana de cabeça para baixo, que ilustra a continuação desse preceito, representando um estágio no desenvolvimento do Manson, ou anúncio a um domínio maior na transformação alegórica dita pela ordem das cartas.

A progressão das cartas na leitura do Manson da Sacerdotisa (uma antiga interpretação Italiana [1]) com a Justiça que segue.
O paralelismo dos véus/cortinas atrás das cartas nessa ordem, é simbólico de receptividade e desenvolvimento. Como a carta da Justiça representa o tema de impregnação, o conceito de receptividade a segue.

Na interpretação do Manson, com Madonna Wayne Gacy representando a Justiça, além do simbolismo tradicional representado, podemos ver vários elementos poderosos que são representativos do “Holy Wood” e o período em que foi gravado. A mais óbvia é a bandeira Americana de cabeça para baixo. Geralmente, isso pode ser tido tanto como o choque, quanto na guerra que Manson travou contra a América, que falsamente o demonizou. Mas, no contexto de outros símbolos presentes, é a Justiça que virou sua cabeça, é o oposto. O “Holy Wood”/Celebritarianismo é, em parte, uma diatribe e reação contra a perseguição que Manson sofreu após ser o bode expiatório do tiroteio em Columbine, que quase destruiu sua carreira (até porque os atiradores não eram nem seus fãs) enquanto outro tentavam destruir o Manson fisicamente.

Tradicional carta de Tarô da Justiça [1] e a interpretação de A.E. Waite [4], uma de suas variações pouco alteradas.

A Justiça é geralmente representada com uma escala, que representa as escalas de justiça, pesando tanto valor, como culpa. Nessas escalas da Justiça, vemos o balanço entre a Bíblia e o cérebro, como se fosse a América Cristã que culpou Manson injustamente pelas mortes em Colorado. Vemos a Justiça como o júri e ainda vemos que a Bíblia inclina as escalas a seu favor; denotando irracionalidade acima da lógica. Entretanto isso é feito injustamente, então como o cérebro está em cima na mesa da Justiça, prevenindo-se de dominar com a lógica incapaz de prevalecer em seu tempo do desejo de matar reacionário por aqueles que quiseram retribuição por matar sem cuidado os que realmente eram culpados. Esse símbolo da Dama da Justiça é uma que é enfeitada com o tribunal Americano, de olhos vendados para representar equilíbrio e imparcialidade. Na reinterpretação do Manson, um passo além dos objetivos olhos vendados, a Justiça é apresentada com olhos dela/Pogo removidos. Ela não está apta a ver a verdade pelas mentiras, segurando uma arma, como oposto a tradicional espada como representativo das “Armas, Deus & Governo” (NT: Guns, God and Government) que Manson descreveu apropriadamente nos mais altos ideais da Nossa Nação. E, por último, representando a verdade, devido ao processo e inocência até a culpa provada sendo compensadas pela opinião popular e tradição arcaica.

Várias representações da Senhora Justiça/Themis, usando venda e segurando a espada e escalas.

Seguindo em ilustrar uma história conceitual dentro da ordem das cartas do Manson, “além da óbvia conotação de Justiça com as escalas como um símbolo de equilíbrio entre o bem e o mal, e a natureza retributiva da espada, a carta pontua a uma séria necessidade por consideração. A matéria revelada no primeiro setenário tem mostrado o homem ordinário como ele é, e então como ele talvez seja – homem em controle dele mesmo e suas faculdades – e isso ainda marca só o primeiro estágio de seu desenvolvimento interior. O Homem deve parar e considerar muito seriamente se ele quer continuar nesse destino... A presença de sua carta em uma forma padrão para um homem consulente que normalmente indica uma mulher no qual ele se sentirá atraído [1].” Novamente seguindo esses temas paralelos da Sacerdotisa até a Justiça, temos em sucessão, outra alusão a uma mulher “que ele se sentirá atraído,” “uma mulher cujo ele está interessado em estabelecer um relacionamento” é a segunda alusão na ordem do Tarô do “Holy Wood” à Coma White.

“O que a figura tradicional da Justiça sugere imediatamente, é o princípio de “como um homem planta, ele há de colher.” [3]”

 

A próxima carta, é a carta do Louco. Seu número é o zero, como se ele fosse uma reflexão dele mesmo, sendo a quinta carta no “Holy Wood”. A reinterpretação do Louco feita pelo Manson praticamente se sobrepõe com o deck de Waite. Entretanto, a diferença que existe na versão do Manson é no contexto; representando o John 5 como o indiferente agente do Serviço Secreto que, pela tolice de sua própria ignorância, deixou Kennedy ser assassinado no dia 22 de Novembro de 1963. Embora o próprio Waite tenha reinterpretado drasticamente a carta do Louco a partir das versões tradicionais, a base para a reinterpretação do Manson também foi feita de uma reinterpretação. Coincidentemente central ao “Holy Wood”, “O Louco às vezes é chamado de Boêmio Vagabundo, Adam Kadmon,” que várias das cartas que Manson escolheu são representativas.

O Louco, a interpretação de A.E. Waite [4] na qual a representação do Manson foi estilizada de uma forma bastante parecida depois.

“Quando o Louco é colocado no topo das cartas, elas são interpretadas como estágios sucetivos da vida humana e progresso. Ele representa a criança no ventre, prestes a cair do precipício na vida terrena. Ele é simples, puro e inocente, ignorante sobre os ensaios e armadilhas que a vida o espera... O Louco é humano, incessantemente distraído junto com o caminho prímulo em busca da borboleta de valores efêmeros, a piedade com os animais roedores e o abismo que ele está prestes a cair. Suas roupas multicoloridas são impulsos confusos que o levam para esse caminho. Sua pobreza é espiritual e a trouxa em seus ombros contêm noções mal acabadas, fantasias, todo o âmbito das engenhocas inúteis e perigosas, na qual o homem é obcecado. Ou o bastão e a trouxa são fálicos e representam o fardo de desejo carnal, que pesam sobre ele, e o cachorro talvez fique em pé por remorso. [3]”

Representação tradicional da carta do Louco [1]. A interpretação de Waite (na qual Manson se baseou) difere
das representações históricas, que mostram o Louco distraído, mas não necessariamente de uma maneira lúgrube ou prestes a cair do precipício.

A carta do Louco de Waite “tem uma aparência jovem e epicena. Seu bastão e trouxa são masculinos, mas ao invés de um mastro, ele segura uma rosa, um símbolo feminino... Vendo dessa maneira, o Louco é bissexual ou neutro, para mostrar a união definitiva combinando e transcendendo o masculino e o feminino, ativo e passivo, e todos os opostos [3].”

Esse é um tema muito evidente dentro da reinterpretação do Manson, embora a novela em sua execução, todos os temas estão presentes, mas separados e intercambiados com Waite. Isso quer dizer, como oposto ao uso de uma figura bissexual por Waite, na interpretação do Manson há duas figuras, homem e mulher, representando duas metades de um inteiro, embora cada metade do outro esteja fora de alcance. O bastão masculino, que é recorrente ao longo do deck do Manson, é substituido por um rifle. O símbolo feminino, a flor, é também representado pelo Louco, como se ele tivesse apenas um verdadeiro braço. Ao invés, as flores (rosas) atrás dele estão nos braços da Jackie-O. Seguindo no tema do amor feminino e ligação que, em partes, as duas cartas anteriores representam em série, isso pode ser interpretado com o Louco (que é representacional do interior, e portanto o Manson), que não está completo sem esse Amor, que será recíproco e terá o balanço que não existe dentro dele. Assim, criando uma terceira alusão à Coma White, se interpretarmos a representação de duas metades criando um balanço junto, o que é um preceito da Alquimia.

Essa é pelo menos uma das interpretações que podem ser concluídas analisando a diferença entre a versão de Manson e Waite, mas a base da carta do Louco é uma ilustração de um dos elementos centrais do “Holy Wood”; JFK, seu assassinato e o Celebritarianismo.

“Em seu ombro direito, o Louco carrega uma bolsa que podemos dizer que contém formas elementares do Pentáculo, Espada, Cálice e Cetro.” Isso é o oposto ao número da carta seguinte no deck do Tarô; O Mago, assim como o Louco, carrega uma bolsa de tesouros. Na representação tradicional do Mago, ele é mostrado em pé em uma mesa apresentando uma visão de todos os tesouros dentro de sua bolsa. “Para o Louco, esses tesouros são meros fardos, e seus valores verdadeiros são desconhecidos. [1].”

John 5, o agente do Serviço Secreto, usando óculos escuros e carregando um poster de Kennedy pendurado em seu rifle; obviamente andando diante do abismo e não ligando para a importância que ele tem em ser o homem que protege.

Essa representação também vale na versão do Manson, que, ao invés do Louco carregar uma bolsa de tesouros que ele não faz ideia do que seja, John 5, como o agente do Serviço Secreto, carrega um rifle que tem um poster de campanha do JFK pendurado. Em várias versões tradicionais do Louco, também é mostrado com cada um de seus olhos evitados do que está na sua frente e, em alguns casos, até mesmo blindando seus olhos com as mãos. Ao invés disso, John está usando óculos escuros e não presta atenção ao poster que ele está carregando; que é uma representação do homem cujo ele deve proteger, mas falha por causa da sua falta de vigilância.

A carta do Louco é, sem dúvida, a carta que contém a maioria dos elementos e temas do “Holy Wood” ilustrados dentro dela. O último pedaço operativo da imagem dentro dela é a do macaco/chimpanzé, que é, obviamente, simbólico de outro dos temas mais dominantes através do “Holy Wood”: A evolução/revolução. “O símio também tem uma conotação má; para um Cristão, está ligado com Satã, que é o “símio de Deus,” [3]” exatamente como Manson disse na “Disposable Teens.” O símio representa o homem elementar, sua natureza animalesca primordial e por causa da natureza ser inerentemente violenta, o símio representa o lado mais obscuro do homem. É esse aspecto de evolução que Manson emprega ao longo do “Holy Wood”, que o homem é violento por natureza, que os primeiros homens não precisavam de poesia obscena ou heavy metal para incitar a violência; isso é natural e está no Velho Testamento, onde muitos daqueles atos brutais de violência não tiveram a influência do entretenimento; era ainda mais frequente que nos dias de hoje.

A evolução em si também é ilustrada e contida dentro da carta do Louco. Literalmente, “O macaco, o homem e a arma,” todos presentes e presidindo dentro de um dos atos de violência mais notórios já cometidos; o assassinato de John F. Kennedy.

“A carta sem número no Arcana Maior consiste de ainda outra declaração de condição onde o homem se encontra nesse planeta... Quando essa carta aparece em um padrão formal, normalmente indica duas possibilidades – que o consulente deveria considerar o que ele tem (simbolicamente, olhando dentro da bolsa que ele carrega) e que ele deveria estar preparado para seguir em outra direção. [1]” Dessa forma, a ordem dessa carta dentro do “Holy Wood” marca o estágio onde Adam/Manson é incitado e inspirado à ação, mas ainda está nesse ponto incerto, de escolher a direção para articulá-lo.

 

O Eremita é um aspecto muito importante no deck do Manson e particularmente onde aparece; seguindo o Louco. É uma carta importante para o Manson e então presente no oculto, como “outros autores tem conectado-o com os lendários homens sábios, incluindo Hermes Trismegistus. [3].” Na tradicional representação do Eremita, ele é mostrado virado para a esquerda, simbólico da ida ao passado. Inversamente, Ginger, como o Eremita, é mostrado virado para a direita. Diferenças sutis nos elementos como essas, são bem importantes na leitura do Tarô, como cai dentro da natureza subjetiva de cada carta com o seu próprio simbolismo e estrutura gráfica, indivdualmente carregando influência em seu significado. Mais notavelmente nesse caso, o Eremita está virado para a direita e, em contraste com as representações históricas, isso é representativo da jornada do Manson sendo empreendida no “Holy Wood” e na Triptych, sendo o ponto marcante do Manson indo para o futuro, o direito, oposto ao passado, que é o esquerdo. Isso é importante e prende-se diretamente ao que o Louco é representativo do que ele simboliza dentro do “Holy Wood” (como visto antes), o estágio “onde Adam/Manson é incitado e inspirado à ação, mas ainda está nesse ponto incerto, de escolher a direção para articulá-lo.” O Eremita, como sendo o próximo ao Louco, ilustra o ponto na história onde Manson começou sua Odisseia de uma maneira direcionada e clara (começar uma banda, renascer como Marilyn Manson etc, é deixado para interpretação, mas, entretanto, é representativo do começo de uma nova jornada de procura).

Como o próprio Manson é uma necessidade contemplativa de artistas e filósofos, a carta do Eremita pode ter um significado pessoal, onde “um eremita é um símbolo óbvio de afastamento, isolamento, severidade, pureza e concentração em coisas espirituais, [3]” que foi exatamente o que o “Holy Wood” (bem como o “Antichrist Svperstar” em contraparte, uma vez que o Eremita também aparece) teve a intenção de refletir.

A versão de A.E. Waite do Eremita [4] em comparação a versão do Manson. Em representações históricas, ele é mostrado tendo obssessão com o passado e indo para trás. A interpretação do Manson para o Eremita está indo para frente, em direção ao futuro; o começo de uma jornada que ele se compromete no Holy Wood e na Triptych.
Note que ambas as interpretações de Manson e Waite aparecem alternadamente no cartão em flash com a preview da música "GodEatGod".

Como será discutido mais tarde nesse artigo, o Eremita, junto com o Hierofante, são as duas únicas cartas no Tarô que representam e faz alusão tanto no “Holy Wood”, quanto no “Antichrist Svperstar” (i.e: o começo e o fim da Triptych). É o número nove das cartas Trunfo e é importante porque “o nove é o número de iniciação e também o número de plenitude, porque é o último dos números básicos, do um ao nove, no quais todos os números maiores são compostos. [3]” Dessa maneira, esse aspecto do Eremita e sua ordem de aparição no “Holy Wood”, junto com esse parágrafo acima, marcam um estágio de crescimento e transformação, sendo o primeiro de muitos.

“Ênfase no passado é o que preocupa o Eremita: talvez seja a sugestão de que sendo um homem velho, ele tenha pouca esperança no futuro. Mas essa visão totalmente materialista da vida não está de acordo com o espírito do ocultismo, que vê esperança na morte. A preocupação com o passado é o que deve estar simbolizado nessa carta: mostra o fato de que o passado pode ser um peso que puxa para baixo até o mais alegre dos espíritos. Na versão italiana, o Eremita carrega um saco, que enfatiza esse sentido de peso do passado. [1]”

Marilyn Manson usando atributos semelhantes no vídeo da "The Nobodies",
que, estranhamente, lembra "Metamorphosis" de Ovid.

Isso é válido, sim, mas “A coisa pela qual o Eremita está procurando pode ser determinada apenas pelo relacionamento dentro do padrão formal. [1]” Também temos que levar em consideração o significado da alteração da representação e simbolismo da personalização do Manson. No tradicional, o Eremita coloca ênfase no passado andando para trás, na reinterpretação do Manson, ele anda para a frente. Esse tipo de alteração é algo predominante em várias versões do deck, onde e quando um objeto ou aspecto é mudado, não necessariamente ele perde seu valor, mas ao invés disso, reflete o posto ou contrário de seu significado tradicional.

“(Eliphas) Levi, identificou-o como a falta da virtude cardinal da prudência, disse que seu lampião é a luz da razão e conhecimento, sua capa é o manto protetor da auto-possessão, e seu bastão fálico mostra que ele tem a ajuda do segredo e eternas forças da natureza... O Eremita é completo nele mesmo, auto-possesso e auto-suficiente. [3]”

O Eremita, como seguinte ao Louco dentro do “Holy Wood”, reflete o apoio direcionado e com motivo daquela libertação de pensamento que o Louco simboliza. O Eremita é mostrado queimando as possessões que pesavam sobre ele dentro da carta anterior; queimando o bastão, que é tradicional do Eremita, para guiar-se no passado, e usando-o para iluminar o caminho para o futuro. “A presença da carta no formato padrão sempre mostra a necessidade de libertação de alguma memória, em ordem de que o novo, o futuro, deve estar abraçado. [1]”

Também vemos que a versão do Manson sobre o Eremita aparece com sua perna esquerda queimada ou faltando. Como será discutido a seguir, a carta do Imperador, a progressão do Louco, o Eremita e o Imperador estão, progressivamente, com membros faltando. O Louco está sem um braço esquerdo; O Eremita está queimando seu braço falso para iluminar seu caminho e, seguindo nessa sequência, O Imperador está com três membros faltando.

A base mais importante da representação do Eremita é que é a sexta carta mostrada no “Holy Wood”, assim, a primeira da segunda metade das cartas, então marca o começo da Jornada/Odisseia/Revolução de Adam/Manson.

 

O Imperador é uma das cartas mais importantes no Tarô de reinterpretações do Manson. Ele “representa o homem como ele deve ser... Em um formato padrão, a carta indica forte autoridade, ou talvez uma necessidade de consultá-la. [1]” “O Imperador e a Imperatriz representam a forma adulta do Malabarista e da Papisa, que agora cresceram para tornarem-se pais. [3]” Na base, a aparição do Imperador no “Holy Wood” pode ser tida para representar o primeiro passo profético na ascendência do Manson e Desejo de Poder. “A tradicional interpretação divinatória da carta, é que o Imperador indica desejo, força executiva, riqueza material, e a influência de Saturno e Marte, apesar da força Jupiteriana. [1]” Ainda diferentes de muitas outras cartas, O Imperador não se importa com o desenvolvimento espiritual, mas, sim, ganhar terreno civil. Ele está sentado, preocupado com o mundo e, como indica, uma mobilidade limitada.

O fato mais radicalmente alterado não é apenas que o Imperador do Manson esteja sentado, mas ele possui apenas um membro, assim marcando a terceira carta em uma fila representando a reflexão de um maneta; com essa representação tendo a adição de duas pernas prostéticas ocas (seguindo do Eremita, que aparece ter queimado ou perdido uma perna em adicional ao seu braço), estando confinado em uma cadeira de rodas. Naquele único membro, ele está segurando um rifle, que sugere uma completa preocupação terrena, se não obssessão. Em adição, a cadeira de rodas tem apenas um movimento bidimensional diante da terra lisa, enquanto seu único braço, que ele se movimenta, está segurando uma arma (para não mencionar a evocação do elemento de ambas primeira e última carta no “Arma, Deus e Governo”).

O Imperador segura o rifle com seu único membro, com o perigo da estagnação por sua única extremidade segurando um dispositivo de baixa terrenidade, natureza humana. Ele está inapto a se movimentar por causa disso e só dá poder a si mesmo de uma forma materialista. A águia, aqui brasonada em seu capacete da Primeira Guerra Mundial (também um elemento da representação tradicional, embora de uma maneira diferente, que, sutilmente, implementa várias evocações da Alemanha militar e imagem Nazista feitas pelo Manson) é tipicamente representativo da ascenção espiritual. Nos decks tradicionais, a águia é ainda descrita em um escudo ou sentado próximo a ele, com asas apontadas para baixo, sugerindo estagnação espiritual. Podemos interpretar a águia com asas abertas de uma das duas maneiras: pode sugerir um espiritualismo ainda presente, mas vencido, simbólico de necessidade para outra ascendência espiritual; ou então podemos interpretá-la invocando o espiritualismo feito para o propósito de autoenaltecimento, i.e – “Pegando armas em nome de Deus”/”Deus, Arma & Governo”

“O IMPERADOR É CONECTADO COM ENXOFRE, O QUE É ASSOCIADO AO DEMÔNIO E CHAMAS DO INFERNO, E É INTERESSANTE QUE NA MAIORIA DOS TARÔS, APENAS O LADO ESQUERDO DA FACE DO IMPERADOR É VISÍVEL, PELO LADO ESQUERDO SER, POR TRADIÇÃO, O LADO DO DEMÔNIO. [3]”

Várias versões da carta do Imperador o descrevem segurando um escudo com o emblema de uma águia gravado, ou então uma águia sentada, com asas apontadas para baixo. “A águia é “fundamentada” – tem ficado no chão perto da cruz da materialidade (as pernas cruzadas do Imperador nas cartas tradicionais) em ordem de indicar que voos espirituais não são requeridos nesse estágio de desenvolvimento. Uma deve concentrar nas condições ao redor da outra, com as condições que a vida em si oferece se uma quer desenvolver interiormente. [1]” A interpretação do Manson também contém uma águia, entretanto, é brasonada no capacete da Primeira Guerra mundial acima de sua cabeça, como oposto ao escudo.

Também sendo diferente das versões tradicionais, é que Manson está segurando o rifle com sua mão esquerda (uma espada ou cetro, como o símbolo fálico ou fertilização do espirito, nos decks tradicionais). Esse tipo de liberdade, como notado antes, é um que Manson tem utilizado ao longo de seu deck e, como também notado antes, esse tipo de editorial conceitual é um que várias reinterpretações do Tarô tem feito no passado. Esse tipo de emprego não é, necessariamente, uma alteração no significado, mas ao invés, generaliza o inverso ou extrapolação do significado de um símbolo. Manson tem mudado vários elementos em seu Tarô o uso da mão esquerda, o caminho do mal, é um que é particularmente notável. Por exemplo, dentro da carta do Demônio, e dentro da capa do “Antichrist Svperstar”, que Manson está na pose invertida do Baphomet. Notavelmente nesse respeito, é que a carta do Demônio vem depois do Imperador, sendo consistente com vários símbolos, seguindo ao longo da cronologia do Manson.

Variações do Imperador; antiga versão Inglesa [1] e a versão de A.E. Waite. [4].

Muito mais explícito nas representações tradicionais, é que a silhueta do traseiro do Imperador sentado, cria uma forma de um crescente proposital. “O crescente é a metade do círculo, que é por si só um símbolo para o sol, e isso, além da receptividade, sugere a ideia de uma força exigindo conclusão. A tradição Platônica ensina que nenhum espirito é completo enquanto estiver na Terra, e a carta do Imperador (lembrando que todas essas cartas foram propositalmente escolhidas pelo Manson, bem como a ordem de aparição) é, ainda, outra carta que reflete inerentemente o conceito de cobiça por um amor perdido, a necessidade pela outra metade; Coma White.

Seguindo tanto visualmente, quanto tematicamente com o “Holy Wood” e, particularmente, na “The Love Song”, “o Imperador é Deus como pai e criador. [3]” Manson descreveu a “The Love Song” como sendo a primeira música não-introdutória do “Holy Wood”, ilustrando a metáfora onde o Pai é a Arma, a Mãe é o Gatilho e o Filho é a Bala; atirada onde seus pais apontaram e onde eles o induziram, com o refrão “Você ama suas Armas? Deus? Governo?” “O número do Imperador é quatro, que defende a firmeza, sistema, a terra e a forma de construção das coisas. Ele sugere poder temporal, patriarcal, autoridade, governo, administração, a imposição de ordem no caos, a regra de lei na natureza e sociedade. Ele também sugere guerra, conquista, disciplina, e a repressão de hostilidade e rebelião... O Imperador defende a dinâmica, princípio ou “as grandes forças energizantes” que penetram e organizam tudo passiva e potencialmente. [3]”

O crescente, também discutido antes, criado pela silhueta das costas e pernas do Imperador, similar à foice saturnina e intersecção dos braços na carta da Morte, também cria o símbolo de Júpiter; Rei dos Planetas, outro símbolo de autoridade patriarcal. “A força do símbolo de Júpiter é para transmitir a ideia de ascendência espiritual pela cruz da materialidade. [1]” Ele é um poder absoluto, mas imóvel, assim, ilusório como seu poder, é temporal, e não estende além desse plano de existência limitado que ele está atualmente resignado para que ele possa progredir.

 

A próxima carta no “Holy Wood” e a décima quinta no Arcana Maior é a carta do Demônio. Está também sob o Zodíaco, no signo de Capricórnio, que é o do Manson, querendo dizer que a carta do Demônio é a carta do Manson. O Demônio ainda marca a primeira carta onde vemos o corpo do Manson em sua forma verdadeira, sem a perda de nenhum membro ou cavidade, mas substituído por uma cabeça de carneiro como se fosse um autorretrato do Baphomet. A numerologia tem sindo uma inclusão esotérica importante para o Manson desde o “Antichrist Svperstar”. O número 15 sendo o mais significante, particularmente no “Mechanical Animals”, onde o Manson foi tão longe a soletrar seu nome como “MAR1LYN MAN5ON” mas também dentro do “Holy Wood” como Manson anunciou que seria fundamental antes do lançamento do álbum. E como tal não pode ser uma mera coincidência, onde vemos em total forma e na pose que abriu o “Antichrist Svperstar” na carta 15 do Tarô.

Seguindo ao lado do rifle do Imperador em sua mão esquerda, como inversão da representação tradicional, mais duas das utilizações mais notáveis do Manson sobre elementos invertidos para o significado contrário, estão nessa carta do Tarô e dentro da capa do “Antichrist Svperstar”, “em certos ensinamentos populares, sem dúvida, no ocultismo a mão direita sugere atividade, a esquerda, passividade [1]” e como discutido no artigo Baphomet, ao longo de alegoria oculta e religiosa, o caminho direito denota a virtude, o bem, considerando que a mão esquerda é o caminho mais obscuro e caído. Assim a mão esquerda levantada pode sugerir um poder obscuro prevalecendo. Direita: "Bode Sabático" de Eliphas Lévi, 1854.

Mais aplicável ao Manson é que “na astrologia, o regente de Capricórnio é Saturno, que tem uma antiga reputação como um poder maléfico, ligado com a cor preta e a morte, tempo e destino. [3]” Embora Mercúrio tenha sido o principal poder evocado pelo Manson no “Holy Wood”, como dito antes, há também um tema Saturnino distinto, mas ainda assim sutil recorrendo no álbum. Saturno sendo o devorador na mitologia e, frequentemente, associado com Satã, é uma influência traiçoeira e obscura que aparece dentro do “Holy Wood”; o vídeo da “The Nobodies”, o próprio sinal de nascimento do Manson, entre outros. “Capricórnio é associado com os joelhos, e ficar de joelhos é um sinal de obediência e submissão, sugerindo que o humano começa em uma servidão em circunstâncias... A carta da letra Hebráica “ayin,” (olho) implicou o que é visto, a aparição supérfula das coisas, e então defende o erro do materialismo – confundindo aparições na realidade e supondo que nada existe além do que é plano no sentido.” [3]

Além de implementar as alusões ao Cordeiro de Deus sacrificial durante a era Holy Wood, as asas do Demônio na interpretação do Manson são uma óbvia referência ao "Figure with Meat" de Francis Bacon (esquerda, 1954), no qual o artista transpõe a tradição das representações das carcaças do animais em abatedouros, que relembra o Remebrandt, e integra em sua composição mórbida. As metades simétricas de um bife cortado são equiparados as asas ameaçadoras nascidas atrás da figura clériga, uma rendição expressiva do Papa Inocente X, Velasquez. Direita: "Bacon with Meat", 1960, fotografia por John Deakin.

“A figura do demônio nessa carta tem sido identificada variavelmente com Pan, Baphomet dos Cavaleiros Templares e o próprio Lúcifer, embora seja evidente em um estudo de imagens que é para significar a força mais baixa, inércia e escravidão em todo homem. [1]” Isso é discutido além, bem como o simbolismo permeado do Baphomet ao longo da história e arte na seção O Oculto do Nachtkabarett, sendo uma representação dos (benígnos) princípios Ocultos, mas mais tarde demonizado pelo Cristianismo e sua necessidade de erradicar outras religiões que não estão de acorodo com sua ideologia altamente arregimentada e maquinada. Entretanto, nos termos da representação da carta do Demônio e provavelmente em partes sob influência histórica de suas conotações traiçoeiras, “a imagem é para transimitir todas as características e qualidades baixas do homem aprisionado em materialismo e ignorância de seu potencial espiritual.” [3] O “Antichrist Svperstar” também marca o período da grande influência filosófica de Anton LaVey no trabalho do Manson e que, se alguém lê os textos de LaVey, essa natureza muito mais baixa é o que é perpetualmente fornecido; nunca aparecendo além dos instintos carnais e animalescos e certamente não espirituais. Com o tempo do primeiro emprego da carta do Demônio no contexto do Manson, bem como o simbolismo por trás dessa carta, pode ser visto nesse sentido como representativo desse ponto da vida do Manson e suas influências predominantes durante esse perido se visto dessa maneira. Seguindo, “a décima quinta carta é para simbolizar a ideia de estagnação, que frequentemente se manifesta na vida material como um senso de completa frustração, uma total barreira para a liberdade espiritual, moram e desenvolvimento da libertação física... A carta representa um período de estagnação, completa frustração e um senso de uma insuperável barreira espiritual. [1]”

XV - A carta do Demônio do Tarô de A.E. Waite e a versão do Manson. "A forte conotação sexual... que sugere que o espírito do homem está em desequilíbrio porque gira em torno do sexo. - está enfatizado pela terceira metade dos círculos distintivos que denomina a carta. A curva das asas contém os seios e representa o impulso espiritual, o desejo de voar. A curva da parte inferior, marcada pelas algemas ou correntes, representa as forças que mantém o homem materialista: essa curva contém o anel de aço, que segura o homem à parte mais baixa dentro dele mesmo... e ainda lembra o centro morto da carta, indicando que a força incontrolada da sexualidade prende o homem ao demônio e o impede de voar. [1]"

Diferindo-se das representações tradicionais, é que as duas figuras, que são consistentemente vistas apoiando-se em cada lado do Demônio, são duas garotinhas (negra/branca; opostos) como oposto a um homem e uma mulher na posição convencional em uma forma diminutiva do demônio. "As duas figuras apoiando-se nessa imagem no Demônio... são portanto uma futura referência à emoções e energias que ainda não foram desenvolvidas ou não são capazes de desenvolvimento. [1]" Dito isso, o retrato das crianças é pertinente e literalmente descritiva de sua representação do não-desenvolvimento. Junto com a "The Love Song", bem como toda a Triptych (e ao longo de todo o trabalho do Manson), um tema explorado é o da inocência e impressionabilidade, as influências negativas que a nossa sociedade impõe nas mentes e, no caso do "Holy Wood", a influência negativa que serviu o Manson de bode expiatório, em que muitos o demonizaram como o próprio Demônio.

Manson como o Anjo da Morte no vídeo da "Disposable Teens", usando peles de cordeiro, em ambos uma evocação do Cordeiro de Deus e a "pele de cordeiro" dos falsos profetas bíblicos, a exonerada cruz Tau em sua testa, e um par de asas semelhantes, na verdade uma meticulosa justaposição de fatias de carne. Note que a carta da Tempreança, que Manson não escolheu para retratar no encarte do "Holy Wood", representa tradicionalmente um anjo andrógino de asas vermelhas.

Um maior tema no "Holy Wood" lida com a Queda de Adão. A Queda do Homem do Éden etc. "Várias antigas tradições mantêm que o homem perfeito e desenvolvido - que é o homem antes da queda - tinha chifres e uma cauda, mas é difícil de ligar essa ideia, a menos que vejamos isso como símbolo da tirania do Demônio, da individualidade sob o real, pré-queda e homem perfeito, que estava em perfeita harmonia dos quatro elementos dentro dele mesmo. [1]"

A figura também está usando um avental Maçônico diretamente emprestado de um poster que promove a peça anti-Maçônica de Léo Taxil em 1886.

O que também pode ser visto como encaixe do Manson como a representação da carta do Demônio é que "como reverso ao Malabarista (o antigo título do Mago, que, aliás, é a próxima carta no "Holy Wood"), o Demônio luta pela aplicação de poder criativo e inteligência para fins perversos e egoístas, [3]" que pode ser o que alguém espera do "Antichrist Svperstar" mas o que é também a culpa que é continuamente colocada sob o Manson.

"'A fórmula dessa carta é, então, a completa apreciação de todas as coisas existentes. Ele festeja no áspero e enfadonho, não menos que no insinuante e fértil. Todas as coisas o exaltam igualmente. Ele representa a busca do ecstasy em todo fenômeno, no entanto, naturalmente repugnante.' Aleister Crowley. [3]"

 

Finalmente, dentro do layout principal e uma das cartas mais importantes para o Manson é a carta do Mago, e muito apropriadamente dada suas conotações. Depois de conquistar o crescimento e estagnação como ilustrado dentro das cartas anteriores, vem a transformação mais dramática até agora. Em decks antigos e tradicionais, ele é conhecido como o Malabarista, que, sendo a próxima carta numerada cronologicamente após o Louco, nos decks mais antigos é mostrado em frente a uma mesa de itens desprotegidos. Ele é "numerado um por Deus como o Um e para o foco do ser humano, que é a ascensão da árvore, alcançou essa altura inescrutável. [3]" Isso é para representar a relação, ou próximo estágio, do Louco, onde os itens valiosos que o Louco carrega por trás - e ele nem percebe - são agora mostrados em uma visão completa.

"A carta está ligada com o Mercúrio, Hermes e Thoth, deuses da inteligência e magia. Geralmente visto como um símbolo de poder criativo, vontade e inteligência de Deus e homem, da dominância, individualidade e ação, é levado a demonstrar o princípio mágico de 'tanto em cima, como embaixo', que tanto Deus está no céu, como o homem na terra... O Homem é uma réplica do Todo-poderoso em miniatura e governante das coisas aqui em baixo... A conclusão pode ser que homem, feito na imagem de Deus, potencialmente é Deus: que Deus é o homem levado ao seu poder mais elevado... Ele é o gigante ativo e potencial criativo de Deus e o homem." [3]

Antigas representações do Malabarista, mais tarde renomeado para O Mago [1].

O oposto do Louco, o Mago tem seus itens colocados à sua frente, mas ele ainda está distraído ao olhá-los e perceber o significado. Ao contrário do Louco que é o último de todos considerando ou tendo a percepção de seu potencial, mantendo-o metaforicamente na escuridão de sua bolsa, o Mago tem seus potenciais diretamente à frente dele, onde ele tem a possibilidade de percebê-los ou não. Isso, tão oposto em nem saber quanto o destino do Louco. Em outro sentido, ele também está distraído por sua ocupação, porque sua ocupação de Mago/Malabarista é para entreter os outros. Semelhantemente esse é o papel frequente do Manson como também um entretainer, o paralelo simboliza que o Mago, assim como o Manson, está distraído da ascensão espiritual. "Apresenta a humanidade como um indivíduo estranhamente vestido atuando para um público invisível. Essa carta é, essencialmente, um comentário sobre o homem como um ator de diferentes papéis, com pequena ou sem identidade dele mesmo... As implicações são que o Malabarista não está ciente do grande potencial dessas coisas, que ele está usando meramente para sua distração ou para entreter os outros - assim como a média do homem não está ciente do mistério que o ronda, e que ele dá como certo. [1]" Subsequentemente como um entretainer, o Mago também distrai sua audiência de seus próprios potenciais.

Interpretação de A.E. Waite da carta do Mago [4]: suas mãos na pose Baphomética de 'Tanto em Cima, Quanto Embaixo' com seus itens que estavam contidos dentro da carta numerada anterior, o Louco, colocado à sua frente, ainda que ele esteja distraído de seus itens e seu próprio potencial. Os itens apresentados nessa representação do Mago são os quatro naipes do Tarô: pentáculos/discos, cálices, espadas e bastões/cajado. Suas mãos estão na formação do aleph Hebreu (esquerda) evocando a pose do Baphomet que Manson tem empregado frequentemente. [1]

O Mago é a carta iniciadora, a letra de sua carta é a letra Hebraica aleph, a primeira do alfabeto Hebreu, onde as representações tradicionais do Mago, suas mãos estão no formato: uma mão é apontada para cima, enquanto a outra está apontada para baixo. Novamente, vemos uma presença de opostos usadas juntas. "O círculo é tanto um símbolo de eternidade como um símbolo de mundo espiritual - nessa carta está sendo colocado para baixo. A linha direta... é um símbolo do mundo material - mas nessa foto está colocado para cima, no lugar próprio de forças espirituais. [2]" Tendo os símbolos usados na maneira que são isso sugere que "As forças divinas contêm dentro delas uma qualidade da terra, enquanto as qualidades materiais contêm sempre um elemento do paraíso, então nada está totalmente separado." [1]

Esquerda: O Jovem Mago, fotografia de Aleister Crowley ca. 1900, com uma configuração que emula a carta do Mago no Tarô. O cenário atrás do Manson poderia muito bem ser a mansão assombrada de outro Mago, Harry Houdini, onde o álbum foi gravado. Direita: Reapropriação da carta do Mago de Waite, com o rosto sendo substituído por um retrato Crístico de Charles Manson, como um detalhe de um newsletter Spooky Kids de 1991.
"Não conseguem enxergar o trágico, transforme-o em mágica..."

"Homem com uma mão procura por Deus no céu, com a outra ele mergulha abaixo, para chamar o demônio para si mesmo, e assim une o divido e o diabólico na humanidade... Porque o Malabarista une o divino e o diabólico, e é mostrado nos decks antigos como um impostor, há possibilidades mais sinistras na carta... Ele pode ser egoísta, brutal e implacável, abusando de seus poderes para seus próprio fins egoístas. [3]"

"Indicava a ideia de reconciliar opostos... a tentativa de coloca em harmonia o consciente e inconsciente - é o propósito por trás da magia e alquimia. [2]" Dentro de representações tradicionais, outro símbolo importante usado na carta é o formato do chapéu do Malabarista; o símbolo da eternidade, o lemniscate, é mostrado (veja as antigas versões acima do Malabarista/Mago). Manson, como pode ser visto, está bancando a ideia de ser um mago usando o tal chapéu. Embora o significado conceitual da tradicional borda do chapéu do Mago é o formato do número 8 aparecendo em seu lado, originado da ideia do sol e lua sendo ligados. Além disso, "a carta sugere uma necessidade de cooperar as coisas, de organizar ele mesmo ou sua situação e avaliar sua posição em um novo caminho. [1]"

Manson como o Mago segurando a serpente de bronze ao redor do crucifixo prateado. "Isso é também uma referência à história de Moisés fixando uma serpente de bronze em um mastro como cura para a mordida de cobra quando os Israelitas estavam cruzando o deserto em direção à Terra Prometida. De acordo com a tradição, o mastro era uma cruz-T, prenunciando a Crucificação. "E como Moisés levantou a cobra no deserto, então deve o Filho do homem ser levantado, quem acredita nele, deve ter a vida eterna. [3]" Na iconografia Romana, o caduceus era frequentemente descrito sendo carregado na mão esquerda de Mercúrio, o mensageiro dos deuses.

Discussão da carta do Mago do Manson não pode terminar sem mencionar o crucifixo que ele está segurando com a cobra enrolada em torno dela. No valor declarado, essa inclusão pode estar através no sentido dos padres serem mágicos; que é quem as pessoas colocam a fé imortal, porque é acreditado dessa maneira, e os padres sozinhos, que têm comunicação direta com Deus em seus interesses. Ainda que ele seja vazio; colocando uma frente como mágicos que geralmente são vistos aplicando truques e ilusões, e como tal pode ser colocado com uma sátira do Manson à esses indivíduos "venerados" que, ao longo da história, tem abusado frequentemente de seus poderes e têm se enganado por suas próprias ações.

"Ela era a cor da TV/Sua boca enrolou como uma cobra de metal"
Marilyn Manson, Valentine's Day
O Novo Testamento & Igreja como "Papisa" explicando a Fé ao Velho Testamento & Sinagogo, segurando os tabletes da Lei,
em uma gravura do "Bullarum privilegiorum ac diplomatum Romanorum pontificum" de C. Cocquelines, 1743.
A Crucificação está retratada atrás da Igreja, e a Sepente de Bronze atrás do Sinagogo.

Entretanto, Manson como o Mago segurando um crucifixo prateado com uma cobra entrelaçada apresenta uma alusão à antiga imagem Bíblica e Oculta, por ter uma alegoria de Moisés e uma serpente que foi enviada por Deus como uma maldição sob os infiéis Israelitas. De acordo com J.S. Downard em 'King Kil 33', "na alquimia, a Morte do Rei era simbolizada por uma cobra crucificada em uma cruz tau, uma variante da crucificação de Jesus," assim o símbolo também serve como outra referência sutil ao Kennedy. Esse particular símbolo é também acreditado ser a origem do cifrão, que Manson mais tarde adotaria em seu logo em 2009, como detalhado em nosso artigo 'Arma...Geddon & Pretty as a ($)'.

Do “The Secret Symbols of the Dollar Bill” de David Ovason:
A palavra “dólar” veio para a América da Alemanha. A palavra “dólar” é derivada do alemão “taler” (NT: “dealer” ou “negociante”). O nome “taler” foi dado primeiro às moedas feitas em 1519. Esse metal foi minado em Joachimsthal (Vale Joachim, ou thaler), onde depois foi Bohemia. O obverso de um thaler mostrava o Cristo crucificado. No reverso, era a imagem de uma serpente, pendurada por uma cruz. Perto da cabeça da serpente, estão duas letras, NU, e do outro lado da cruz, o número 21. Essa é uma referência aos números, Capítulo 21, na Bíblia. Nesse capítulo, aprenderemos com as pessoas de Israel, que começaram a falar contra Deus de suas atribuições, e porque eles temeram que morreriam no deserto. Como castigo, Deus mandou contra eles, serpentes ardentes. Elas morderam muitos dos Israelitas, como um resultado, vários morreram. O povo de Israel reconheceu seus pecados e imploraram por perdão. Deus instruiu Moisés a criar uma serpente ardente e colocá-la no campo. Posteriormente, qualquer um que olhasse aquela imagem, seria amaldiçoado. Moisés morreu como se ele tivesse ordenado e criado uma serpente de bronze em um campo; Todos aqueles que olharam para ela, viveram. É essa serpente de metal medicinal que é mostrada no reverso do thaler. Nessa imagem, o campo torna-se a cruz, como o artista desejou desenhar um paralelo entre a cura mágica dessa serpente de bronze e o poder medicinal de Cristo, que ficou pendurado na cruz. É essa a origem que levou alguns historiadores a dizer que a imagem thaler da cruz-serpente é a origem do cifrão.” [5]

O Hierofante, conhecido como o Papa em decks mais antigos. A última carta dentro do encarte do "Holy Wood" e, inversamente, o título do primeiro ciclo do "Antichrist Svperstar", esse atuando como uma ainda outra representação de transformação do fim fluindo no começo, como ilustrado em inúmeros caminhos ao longo de ambos os álbuns, incluindo as últimas músicas dos dois álbuns voltando para o começo. "Em um nível profundo, a carta relaciona à moralidade da instrução, a instrução do certo e errado, bem como o paradoxo enfrentando todos esses que desejam uma instrução mais elevada: Esses que procuram conhecimento interior (desejam, por assim dizer) aquecer-se no Sol iluminado; devem também seguir com eles o desejo por coisas mais baixas... Especificamente, a carta sugere que todos nós encontremos o professor, sistema e nível de instrução que merecemos. [1]"

"Ele é geralmente tratado como a contraparte gêmea do Imperador... Onde o Imperador maneja o poder temporal, enquanto o Papa tem autoridade espiritual... Ele é o 'pai' de seu povo como o guia e confessor. [3]"

Esquerda: Versão de A.E. Waite do Hierofante [4] "O número do Papa é cinco e nos Tarôs modernos ele está arranjado para formar um pentagrama ou estrela de cinco pontas, que é um símbolo do espírito unido e matéria dominante. [3]" Direita: Versão alternativa da carta com o candelabro de uma barra em um Cartão em Flash.

O Hierofante significa o revelador de coisas sagradas, derivada da palavra em Grego para tal, e ele é o último dentro do "Holy Wood"; podemos pegar isso para representar o estágio final da transformação; O "Antichrist Svperstar". Ilustrando isso, Manson está aqui representado usando sua maquiagem do olho de serpente do "Antichrist Svperstar". "Em termos de alquimia, a carta corresponde ao processo chamado 'projeção' em que a Pedra Filosofal, a substância perfeita, foi misturada com um metal-base para virar ouro. [3]" Os objetivos da alquimia, embora sejam de natureza física e pseudo-científica, são, entretanto, completamente e fundamentalmente metafóricos em sua utilização. Eles representam a purificação do físico como microcosmo para a ascensão do espírito. Para mais nesse conceito, e as facetas da alquimia, leia a seção Alquimia e Cabala do Nachtkabarett, especialmente meu texto no artigo "Está Finalizado Quando Sete for Um", em que o conceito coincide com o significado do símbolo de mesmo nome dentro do encarte do "Holy Wood".

Esquerda: Tradicional carta do Papa do Tarô de Marseilles (note a cruz no estilo Templar na luva da figura, possivelmente para reafirmar sua vocação religiosa, e que é aumentada no vestuário do Manson). Direita: Manson performando "Antichrist Superstar" durante a turnê Guns, God and Government, usando uma luva semelhante.
Uma encarnação mais óbvia do Papa no vídeo da "Disposable Teens" e na turnê Guns, God and Government no contexto de suas múltiplas evocações e cantos do Salmo 23. A visão também evoca a inclusão do Manson do Papa João Paulo II entre as figuras Celebritarian projetadas atrás dele durante a mesma turnê, bem como a alusão ao Papa Pio em uma entrevista feita em 2000 para a Alternative Press, que você pode ler na seção Triptych do Nachtkabarett.

Entretanto, em termos leigos, e para reiterar, o Hierofante é uma representação de uma transformação final e encaixa-se adequadamente com a última carta do "Holy Wood", repetindo com a primeira no "Antichrist Svperstar". Isso marca ainda outra alusão ao constante tema da revolução/evolução e a existência cíclica do ser ao longo da Triptych; um começo evoluindo de um fim.

"O Papa, como a carta de religião estabelecida, geralmente implica que o procurador após a verdade deve olhar mais profundamente... Em decks modernos, a mão direita do Papa está levantada em uma benção chamada 'o sinal do esoterismo'. [3]" A benção do Manson é a da mão direita levantada com um olho dentro de sua palma, que podemos pegar como representativo de visão interior, conhecimento interior; enxergando a verdade escondida. Papas tradicionais também são vistos usando uma luva como um sinal de sua pureza, que Manson também é visto usando.

Nós também vimos uma cruz dos Cavaleiros Templares em sua roupa, substituindo as cruzes tradicionais em que o Papa de Waite usa (e ecoando o símbolo presente na luva do Papa no Tarô de Marseilles), que dada a história e o polar oposto do Templar, o renuncio do Papa, também pode sugerir uma agenda escondida na parte do Manson, em visão plana e ainda indecifrável em seu esoterismo. De outra forma, essa inclusão pode ser vista simultaneamente como o, novamente, alquímico mergindo de duas forças opostas. "Em um nível profundo, de quem deseja instrução mais elevada: Esses que procuram conhecimento interior (desejam, por assim dizer) aquecer-se no Sol iluminado; devem também seguir com eles o desejo por coisas mais baixas (o desejo, por assim dizer, de viver em um mundo hipnótico de inferno). [1]"

Como dito, nos decks tradicionais o Hierofante é conhecido como o Papa. Simbolismo que ilustra isso são as chaves que são o selo do Papa (esquerda, para comparar com Waite), e o candelabro com a cruz tripla Papal (direita). "A tiara do Papa é uma cruz papal de três barras e fálica em sua mão esquerda, que pode ser interpretada como um emblema da Trindade ou Supernos, que é também relacionado como um Símbolo do Osíris ressuscitado. A chave do céu e inferno no pé de seu trono defende o conhecimento do bem e mal, ou da superconsciência e inconciência. [3]"

O "Holy Wood" acaba com o Hierofante, o "Antichrist Svperstar" começa seu primeiro ciclo como o Heirofante, com sua, agora, infame escrita alterada. Nas versões tradicionais do Hierofante, há duas figuras sentadas em cada lado do Papa/Hierofante. "O fechamento de dois humanos começa em um quadrado de materialidade e ecoa muito claramente as ideias de que o consciente e subconsciente agora estão juntos... O Papa está simultaneamente no sol e na lua, depositando uma influência para o bem ou mal, dependendo da atitude das duas pessoas (que estão, de fato, em diferentes lados ou potenciais de uma pesoa) ajoelhadas diante dele. De acordo com o caminho que essa figura dupla recebe a influência do professor, os potenciais mais elevados serão explorados, ou os potenciais mais baixos. [1]"

"O Papa está simultaneamente no sol e na lua, depositando uma influência para o bem ou mal, dependendo da atitude das duas pessoas (que estão, de fato, em diferentes lados ou potenciais de uma pessoa) ajoelhadas diante dele. De acordo com o caminho que essa figura dupla recebe a influência do professor, os potenciais mais elevados serão explorados, ou os potenciais mais baixos. Assim, o Papa, visto em sequência, é um comentário no uso e abuso do conhecimento oculto ou esotérico. [1]"

Antichrist Svperstar: Manson como o Heirofante, o Papa e a Prostituta da Babilônia.

Como discutido no artigo Grotesk Burlesk do Nachtkabarett sobre essa imagem como uma alusão a um desenho pornográfico da Berlin Weimar nos anos 1930, essa imagem do Manson faz, dualmente, uma ilusão à carta do Hierofante, sendo o primeiro ciclo do "Antichrist Svperstar". Aqui vemos o Manson como o Papa, a Prostituta de Babalon, a abertura inversa do "Antichrist Svperstar".

E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas;
Apocalipse 17:1
Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição.
Apocalipse 17:2
Uma gravura Russa de 1800 representando a Prostituta da Babilônia segurando um copo dourado "cheio de abominações e imundices de sua fornicação" e cavalgando na Besta de sete cabeças. No vídeo da "Personal Jesus" as quatro "Prostitutas" que seguem o Manson são vistas cavalgando os Cavalos do Apocalipse.

... Daqui, estado inebriado de submissão de Twiggy e Pogo. "O Papa, claro, é celibatário, e há, possivelmente um trocadilho Crowleyano aqui sobre a "infalibilidade"... O Papa também tem alguns meios tons. Os agnósticos mantiveram que o mal Demiurge inventou a religião convencional e moralidade para manter os homens escravizados por induzi-los à adorá-lo e obedecer suas leis. Eliphas Levi apontou que quando a mão é levantada no 'sinal de esoterismo' do Papa, lança-se uma sombra no formato dos chifres e cabeça do Demônio. Sem ir muito longe, escritores interpretam o Papa como a carta da religião estabelecida, normalmente implica que o procurador após a verdade deve olhar muito mais profundamente. [3]"

 

 

Antichrist Svpertar; O Demônio e o Heirofante em sua capa e contracapa, respectivamente.

Ao longo da gravação do "Antichrist Svperstar", Manson revelou seu estudo de perseguições esotéricas, como a Cabala, numerologia e, por propósitos aqui, o Tarô. Embora as relações do seguinte nisto são para serem, prerequisitadamente, levados como interpretativos, pela visão dos números na capa inversa do álbum como representativo do Tarô, ela segue da progressão das cartas no "Holy Wood" (lembrando que o "Holy Wood" é o antecessor do "Antichrist Svperstar"). De modo geral, continuando a representação e título do ciclo do Heirofante, bem como a carta do Demônio/Baphomet na capa do álbum, seis cartas estão presentes dentro do "Antichrist Svperstar".

Com o Heirofante atuando como uma continuação do "Holy Wood", que repete o "Antichrist Svperstar", e que também faz paralelo no encarte, e o Eremita estando presente em ambos, todas as cartas presentes dentro do álbum lidam com o tema onipresente de transformação e, dentro de certas cartas aqui, a apresentação de uma escolha de erguer-se, o conceito da escolha do destino da pessoa, o resultado final do qual irá determinar se o leitor (nesse caso o Manson) ira ascender ou cair de acordo com suas ações.

A seguir na evocação contínua de imagens sutis:

 

"O IMPERADOR ESTÁ CONECTADO COM O ENXOFRE, QUE É ASSOCIADO COM O DEMÔNIO E AS CHAMAS DO INFERNO, E É INTERESANTE QUE NA MAIORIA DOS DECKS DE TARÔ, APENAS O LADO ESQUERDO DO ROSTO DO IMPERADOR É VISÍVEL, PELO ESQUERDO SER, POR LONGA TRADIÇÃO, O LADO DO MAL. [3]"

 

A primeira carta que corresponde aos numerais é a do Eremita, discutido de forma ampla anteriormente, que quando aparece no "Holy Wood", é representativo do começo de uma jornada; a Odisseia do Manson de uma maneira direcionada. O Eremita, a versão de A.E. Waite comparada com a do Manson. Em representações históricas ele é mostrado obcecado com o passado e movendo-se para trás. A reinterpretação do Manson para o Eremita é com ele andando para frente, para o futuro; o começo de uma jornada que ele encarrega no "Holy Wood"/"Antichrist Svperstar" e a Triptych. Como o "Holy Wood", pode ser novamente pego como representativo do isolamento contemplativo na gravação do "Antichrist Svperstar", a composição do qual começa sua Jornada.

 

A carta Os Amantes atua como uma continuação da antiga carta do Hierofante como a escolha que fica antes dos dois aspirantes que estão ajoelhados ao pé do Papa, isso sendo a escolha entre as duas forças opostas. A carta Os Amantes, quando vista de uma forma mais profunda, denota a batalha entre o vício e a virtude. A versão de Waite, representada acima, está radicalmente alterada das versões históricas e mostra Adão e Eva no Jardim do Éden diretamente antes da Queda, ilustrando a alegoria de comer a Fruta Proibida da Árvore do Conhecimento que ele está tentado em comer pela Eva e a Serpente, ou obedecer ao comando de Deus e continuar não-desafiado por um vício terreno.

Nesse contexto, claro, é diretamente aplicável ao Manson e a Triptych, já que é um tema que ocorre ao longo e com a última seção do "Holy Wood", sendo intitulada "The Fall". Na representações tradicionais, entretanto, o que é mostrado é um homem com duas mulheres em cada lado dele competindo por seu favor. A mulher na direita é jovem e linda (o direito sendo o caminho do bem), enquanto a mulher na esquerda é mais velha e feia (o esquerdo, como discutido várias vezes, é o caminho da Queda e do mal). O homem no meio é tido para ser o procurado que deve fazer a decisão entre essas duas forças opostas, com a necessidade de aplicar o conhecimento que ele adquiriu através do Hierofante na carta numerada anterior. Pairando acima, escondido entre as nuvens, está um cupido, frequentemente vendado, com um arco e flecha indeciso. A flecha dentro de um arco indeciso pronto para ser atirado é simbólico de união sexual. Embora existam várias diferentes variações, ele está apontado diante da mais jovem e bonita dentre as duas mulheres. Como já foi implícito, a mulher feia representa o vício, a bonita, representa a virtude. A dicotomia entre os caminhos das mãos direita e esquerda. A flecha apontada na direção da mulher bonita sugere que o homem escolherá ela (a alusão à união sexual do arco indeciso representa o casamento metafórico e escolha do caminho virtuoso) como direcionado da inspiração divina acima.

Os Amantes marca "a tentativa de encontrar uma união na pluralidade que está dentro dele [1]" já que todas as cartas são, metaforicamente, representativas do interior.

O que é pungente notar, entretanto, sobre o conceito da Queda, é que há um aspecto de dois lados que representa-o onde, na tradição Agnóstica, a Serpente é vista como a serva benevolente que ilumina a humanidade persuadindo-o a comer da Árvore do Conhecimento, virando um com Deus. Nesse cenário, é "Deus" que é o malvado que aprisiona o homem em ignorância. E nesse cenário, a "Queda" é, na verdade, a humanidade livrando-se da escravidão e confinamento espiritual.

"Quando a carta aparece em uma camada formal, ela indica, em um nível ordinário, uma necessidade por decisões responsáveis e escolha, simpatia bondosa e desejo, a escolha normalmente envolvida com questões de relacionamento. Em um nível mais profundo, a carta está ligada com a luta interior do iniciante para encontrar um balanço central da onde ele talvez tome uma decisão certa relacionada ao eu futuro espiritual e bem estar físico. A tradicional interpretação divinatória da carta é que Os Amantes indica uma escolha e sensitividade, bem como a predição da condição humana, e está, às vezes, conectada com a batalha entre o amor sagrado e profano. [1]"

Em termos de "Antichrist Spverstar" e a Triptych, isso também segura uma aplicação, sendo essa uma das escolhas do Manson que irá surgir. E no evento de tal, uma proposição será o vício ou virtude que ele escolherá. Isso para dizer, e em relação à história contada dentro da Triptych, irá determinar se Manson será verdadeiro a ele mesmo, seus segmentos, sua missão e revolução, ou se ele irá liquidar-se, pegando o caminho fácil de ganho temporal e exclusivamente caminhos terrestres. E como tal, o papel dessa escolha está terminado e mostrado através da progressão da Triptych, junto com, claro, em um nível superficial, o desejo pela Coma White.

 

A Imperatriz está logo após O Mágico e A Papisa, representando a evolução dos mesmos. Ela também atua como um prelúdio em alguns aspectos de sua carta sucessora, o Imperador – que, juntamente com ela, estabelece paralelos e representações tradicionais. Uma das mais importantes a se notar é a águia de asas abertas no seu escudo que, como o Imperador, denota o poder espiritual do aspirante à ascensão.

Ela é descrita num jardim, que muitas vezes é comparado com o Paraíso ou Éden. É a Mãe Terra e também identificada como Isis, Vênus e/ou Virgem Maria – todas deram à luz após a concepção imaculada. “Na concepção e nascimento de Cristo, o divido se tornou finito ao encarnar num corpo humano [3]. Um outro aspecto que podemos usar parar comparar A Imperatriz com o Manson é o fato da carta representar, também, a androginia; passivo e ativo ou masculino e feminino nos princípios divinos [3]. Essa combinação Manson usa desde o início.

A Imperatriz, original. Manson como uma Maria baphomética, com uma coroa de estrelas, no videoclipe da “Long Hard Road Out of Hell”

E como ela é descrita no Paraíso/Éden, isso, inerentemente, infere a existência Pré-Queda do homem e indica em seu presságio descendente; como notado várias vezes anteriormente, é outro tema explorado ao longo da The Triptych.

Seguindo a mesma linha d´Os Amantes e do significado do número 3, pertencente à Imperatriz “simboliza a reconciliação dos opostos que produz uma nova unidade. O exemplo óbvio, em termos humanos, é a união de um homem e de uma mulher, que dá origem à uma criança. Em termos divinos, a gravidez da Imperatriz representa a evolução da divindade do infinito ao finito, na criação do universo. Assim como em uma criança uma faísca de vida é misteriosamente contida na carne, no universo a vida divina é misteriosamente infundida em matéria. [3]”

Sua coroa de estrelas, na representação de Waite, é também uma referência “à mulher vestida de Sol” do décimo segundo capítulo do Apocalipse (que foi impresso diretamente na página do encarte acima para introduzir a letras do “Antichrist Svperstar”). “Com a lua sob seus pés e na cabeça uma coroa de 12 estrelas, ela estava com a criança e gritou as dores do parto, na angústia de entrega [3].” No contexto da alquimia, o conceito do nascimento, assim como o conceito da união e casamento, é uma ilustração metafórica. Assim sendo, o nascimento pode ser equiparado à transformação (“nascer de novo”) ou à conceitualização do “Antichrist Svperstar” neste contexto. A Imperatriz, nesse aspecto, pode atuar como o progênese, a atualização ou o materialismo da Trilogia de Manson “sugerindo a ideia de realizações espirituais serem o resultado de seu curso escolhido [1].”

 

Finalmente, dentro deste conjunto, está VII, a carta d´O Carro, a qual tem muitos princípios aplicáveis ao “Antichrist Svperstar”. “Na subida da Árvore, o caminho do Carro é o primeiro que cruza o abismo e a carta é sempre tratada como um símbolo de triunfo, vitória da alma que conquistou um avião e agora voa mais alto [3]” e, como muitas vezes vitória precede uma guerra, O Carro está associado com Marte. Há mais 3 figuras, também, que representam O Carro, as quais estão associadas com o número 3 (como as duas cartas anteriores: A Imperatriz e Os Amantes). Três é um número importante, o qual Manson falou seu significado durante a Era. “Antichrist Svperstar”, na semana que foi lançado, ficou em 3º lugar na Billboard. Na numerologia, é associado à perfeição; segundo a filosofia tradicional, denota o homem e a mulher se unindo em harmonia, criando daí, uma criança.

Inversamente, quando lido em seu significado oposto, “O Carro é, também, um emblema da morte e punição. Seu caminho encontra-se no pilar esquerdo da Árvore (o lado da punição)... a força feroz destrutiva corresponde à Marte. [3]”

Esquerda: duas representações tradicionais do Carro (a esquerda representa Marte, o Deus da Guerra).
Direita: a gravura ilustra a Era de Horus em uma configuração similar, a partir de “Um Jardim de Romãs”, de Israel Regardie.

Também se aplica ao conceito de destino e transformação, que o cocheiro deve guiar os cavalos (Esfinges em representação de Waite), que estão em direções opostas, e levá-los na direção de sua vontade. Ele deve manter uma vigilância constante, porque se dirigido por sua mente e forças metafóricas, será levado ao caos. Isso significa algum tipo de objetivo; no contexto do “Antichrist Svperstar” pode ser interpretado da seguinte maneira: se Manson não controlar suas emoções e as forças em torno dele, ele nunca estará apto a ascensão, nunca poderá se transformar no Anticristo Superstar.

Manson entrando no palco, em 2001, como Nero César, sendo puxado por um carro romano, guiado por duas mulheres nuas (como se fossem cavalos), no DVD “Guns, God and Government”. Isso representa perfeitamente o Tarô do “Holy Wood”.

"A carta marca o lançamento da escravidão terrestre do adepto do eu verdadeiro e mais elevado, em uma ruptura emocional e espiritual que o deixa livre para planar através dos limites normais da consciência humana em uma comunhão com o divino. [3]" É representativo de direcionar a Vontade da pessoa enquanto continua resoluta e vigilante daquela direção que irá determinar a ascensão ou queda do aspirante (ie - Manson).

 

 

A parte de dentro do encarte do “Antichrist Svperstar”, também descrevendo os números do Tarô, como discutido acima, e o paralelismo
de Manson, Twiggy e Pogo, como aparecem no Tarô do encarte do “Holy Wood”.

Embora isso seja altamente interpretativo, há uma espécie de sincronia entre o trabalho artístico dos encartes do “Holy Wood” e “Antichrist Svperstar”. No “Holy Wood”, começa na ordem: Manson como Morte, Twiggy Ramirez como A Sacerdotisa e M. W. Gacy como Justiça. As únicas fotos da banda eram compostas por Manson, Twiggy e Pogo, respectivamente. Isso porque eles eram o “núcleo” da banda, como Manson descreveu em sua autobiografia, quando falava da gravação do “Antichrist Svperstar”. Cada uma dessas três fotos da banda no encarte do álbum têm uma correspondência visual semelhante às três cartas no "Holy Wood". Manson como a Morte, por exemplo, nas representações tradicionais da Morte, vemos ele segurando uma foice cortando de uma maneira declinante, enquanto o Manson está segurando o que parece ser um narguile, que é remanescente da foice saturnina. Twiggy se assemelha com seu chapéu representando a Alta Sacerdotisa e Pogo também, com seus olhos escuros e vestido como se fosse um juiz (representando Justiça), na mesma ordem que aparecem no Tarô do “Holy Wood”:

 

“Quando um mundo acaba/Algo novo começa/Mas sem um grito/
Apenas um suspiro porque começamos de novo”
Marilyn Manson, The Fall of Adam
Há um arco real no registro de tentar muito mudar o mundo, mas acabar percebendo que você pode mudar apenas a si próprio, no fim do álbum. Colocando essa questão com “Count to Six and Die”, que é o som que você ouviria no fim do mundo, ou no fim de você mesmo. Tanto o arcano da Roda da Fortuna, porque eu reinterpretei o tarô e o simbolismo, quanto a Roda da Fortuna, nesse caso foram um revólver de roleta russa. No final do álbum você ouve isso e nunca ouve o tiro final, porque é sobre quebrar o ciclo, fazer uma mudança. Ela tem um otimismo por trás, apesar de soar niilista às vezes.
Marilyn Manson, entrevista para a Dot Music, 2000
Esquerda: o Pentágono do Mercúrio; uma representação que podia ser encontrada no site secreto TheLambOfGod.com, durante a Era Mercury.

Embora não fosse representada por Manson, a Roda da Fortuna desempenha um papel fundamental no “Holy Wood”. Esse símbolo de sorte, ou final de ciclo, que também tem quatro letras hebraicas do Tetragrammaton em representação a Waite acima, é materializado sob a forma de um cilindro de revólver que introduz a “Count to Six and Die”, última música do álbum, que se reflete aos cliques do começo da primeira música, “Godeatgod”. Por sua vez, “Count to Six and Die” introduz as performances de turnê Guns, God and Government com o mesmo barulho de roleta russa, completando o ciclo da revolução, enquanto Manson é visto com um rifle gigante apontado para sua cabeça:

Esquerda: Manson durante a turnê Guns, God and Government, numa produção espetacular feita de crucifixos de armas, proeminente com o tema “armas de fogo”, trabalhado no encarte do “Holy Wood” e no Tarô. Direita: Godeatgod... Uma gravura de Ouroboros, que foi introdução do MarilynManson.com durante a era Holy Wood; outra ilustração do aspecto cíclico do álbum e da Trilogia. Visite também o artigo Era de Horus no Nachtkabarett.

 

Vendo tantas alusões de Manson à Alejandro Jodorowsky durante toda a Trilogia, não se pode evocar o Tarô sem mencionar este mestre que, ao longo da vida, foi obcecado por tarô e alquimia, como explicitados em seu filme “The Holy Mountain”:

Frames da famosa cena do Tarô em “The Holy Mountain”, 1973.

Junto com vários livros, conferências e aulas sobre o assunto, Jodorowsky passou mais de quinze anos reconstruindo a forma original do Tarô de Marseille, com Philippe Camoin. A admiração mútua de ambos resultou em várias reuniões, pontuadas com leituras divinatórias que Manson relatou como tendo impacto sobre sua reflexão e escolhas criativas, como os trechos abaixo.

MP3.com: Sabemos que você pode estar trabalhando em projetos complementares de filmes com o surrealista Alejandro Jodorowsky. Como é sua relação com esse alquimista cinematográfico?

MM: Bem, eu acho que foi, provavelmente, quando eu estava fazendo o “Antichrist Svperstar” que vi “Santa Sagre”. Logo depois o “The Holy Mountain”. E quando eu estava trabalhando no álbum “Holy Wood”, que começou inicialmente como um script de um filme que eu queria que seguisse na tradição do Holy Blood, Holy Mountain, Holy Wood. Peguei uma revista sobre ele um dia e lá estava uma entrevista com ele e ele disse: Eu não quero nunca mais fazer filmes em Hollywood, a menos que seja com o Marilyn Manson”

Então entrei em contato com ele e nos encontramos. E isso foi bem antes de Columbine, e havia muitos impulsos para o “Holy Wood”, eu e ele trabalhamos juntos. Aí então Columbine aconteceu e realmente desligou o conceito de “bom” para a maioria, ou pelo menos para o fato de que eu estava muito irritado e amargo. Eu e ele nos tornamos amigos muito próximos. Ele também leu meu tarô muitas vezes. Ignorei algumas das advertências óbvias, e aprendi a não lamentar isso.

'Marilyn Manson: Divorcing the Symbol', entrevista para o MP3.com
August 2, 2007

MNT: Você desenhou um conjunto de cartas de tarô?

MM: Ele nunca foi um jogo inteiro, infelizmente. Gostaria que fosse, mas foi desenhado mais para representar a arte do “Holy Wood”, mesmo. Foi um elemento que eu estava realmente fascinado. Mas, curiosamente, esse novo CD que eu fiz, representa o baralho de tarô apesar de não falar disso. Há muito simbolismo... Isso se tornou minha composição inteira e maneira de pensar depois de anos lendo coisas sobre tarô e alquimia. Eu não tenho que falar sobre isso. Com esse novo CD, eu estava realmente só escrevendo coisas mais como um diário. Quando olho pra trás, consigo ver que havia muito mais simbolismo do que eu achei que tivesse. Não é algo que eu faço todos os dias, é algo que eu aprendi. A maneira que vejo sinais e coincidências.

MNT: Já leram tarô uma vez para mim. Foi realmente surpreendente.

MM: É como deve ser. Se é real que está sempre certo. Me recusei a ouvir algumas das advertências no passado e elas vieram para me assombrar. Você sabe, você está cego pelos relacionamentos e você é avisado de que não está certo. Você pensa que pode mudar o destino. Eu, recentemente, li meu tarô com um amigo meu; ele disse que neste momento... foi a primeira vez, nesse novo CD, que me defini como pessoa.

'Not-So-Spooky Kid', entrevista para o Miami New Times
18 de Julho de 2007

J: Vamos começar com o seu álbum que será lançado em breve e então iremos para as questões mais pessoais, ok?

M: OK.

J: O título do seu álbum é “Eat Me, Drink Me”. Penso imediatamente na simbologia de Cristo. O que acontece todos os dias na Igreja? Os Católicos comem e bebem seu Deus. Acredito que isso faça deles vampiros canibais.

M: Sabia que você ia gostar disso...

J: Você, Manson, você é um símbolo. Você sempre usa maquiagem, ninguém sabe quem você é. Cristo é um homem que virou um símbolo, você é o oposto. Você é um símbolo que está no processo de se tornar um humano. Quando você diz “Eat Me, Drink Me”, você prova seu amor ao mundo. Você se oferece... Você é comida para os vampiros canibais. Isso é o que eu sinto. Falando sobre você pessoalmente: você é uma mitologia, mas volte à frente. Cada nova era precisa de novas mitologias...

M: Concordo totalmente. Você entendeu isso muito melhor que ninguém... Sim.

J: Para nos expressarmos como artistas no mundo, não podemos mais destruí-los. Somos nós mesmos que temos que nos destruir.

M: Por que você diz isso?

J: Em cada época, os gênios – estou falando de gente como Arthaud, Van Gogh, Nietzsche, Topor – se doaram, ofereceram, autodestruição. Mas essa não é uma destruição no sentido de Cristo. As pessoas comem o símbolo delas na Igreja. Seu caso é diferente. Você oferece sua carne e sua alma. Você está sofrendo?

M: No momento, não.

J: No entanto, seu álbum expressa um sofrimento...

M: Exatamente. Eu estava no processo de perder um amor, aquele do meu casamento, mas também no processo de reencontrar o amor com outra garota...

J: Fui eu que fiz seu casamento, você lembra. Em nome dos quatro elementos: Vento, água, fogo e terra. Inteligência, emoção, sexo, e vida no dia a dia. Percebo que sua mulher estava apaixonada com o símbolo do Manson, e não pelo que você realmente era...

M: Foi exatamente o que meu pai me disse: Ela estava apaixonada por uma ideia de mim, e não por mim. Por um ano, eu não sabia mais quem eu era. Não conseguia criar, ou escrever, nada, um total vazio. Eu tentei fazer música; nada aconteceu. Eu estava sozinho. Ela não estava lá, ela estava trabalhando, construindo sua carreira. Após apenas 6 meses, eu realmente tive que procurar por mim mesmo, e aquilo não aconteceu no começo. Eu realmente não sabia quem eu era.

J: No nosso subconsciente nós saímos do vácuo no que diz respeito à forma. Graças a você, essa mulher tomou forma e você, durante essa época, estava em direção ao vácuo.

M: Exatamente isso que aconteceu.

J: Qual é a definição da alquimia? É a espiritualização da matéria e a materialização do espírito. O que está embaixo e o que está no topo. Um demônio é um anjo caído na Terra, um anjo é um demônio levantado ao Céu.

M: (com entusiasmo) Veja por que gosto desse cara! Você é, realmente, a única pessoa que entende essas coisas...

J: Há alguns anos, toda vez que uma criança fazia algo terrível na América, era culpa do Marilyn Manson. Isso mudou?

M: Ficou da mesma forma que minha vida pessoal. Como um ser humano, eu fui culpado por tudo. Tudo era culpa minha. Me tornei um imã para coisas ruins na vida real também. Uma série de catástrofes aconteceram comigo. Nada bom. Certamente durante essa época, os Americanos esqueceram um pouco de mim, mas sinto que com esse álbum eles vão voltar ao meu caso. Esse novo projeto é totalmente humano. As pessoas o levarão a sério. É até mais obscuro dessa vez.

J: Há um verso na Cabala que diz “eleve-se de sua queda”. Eu ouvi seu álbum. Você pega uma situação dramática e disso faz uma alquimia, você grava um álbum filosófico que te dará, por trás da imagem de destruição, uma de construção. Em que estado o homem está? Está destruído. Você não pode mais atacá-lo, é impossível. Somos nós que temos que atacar, não o mundo.

M: Concordo plenamente.

J: Todos são uma vítima no momento. Nós, os artistas, não temos mais nada para destruir.

M: Eu queria dizer uma coisa com esse álbum e eu vou dizer para você: A Lua está nascendo.

J: É bem interessante que você tenha dito isso... Porque por milhares de anos, esquecemos a deusa Mãe. Apenas respeitamos os antigos deuses masculinos. O que está acontecendo agora, esse estado geral de desastre, é que a Deusa está em você. Quando te vi na TV pela primeira vez, te assisti com paixão. Eu disse para mim: “Que freak magnífico!” (risos). Quando vejo você me encarando, penso que você é o único ator que quero dirigir, como um diretor.

M: Temos um projeto juntos, quero fazê-lo.

J: Ainda temos tempo, se esse ser incompreensível que chamamos de Deus me der vida...

M: Estarei lá.

J: Nos Anos 1960, Jodorowski e o grupo “Panic” organizaram eventos. Era tudo sobre sangue, nudez, loucura e era um espetáculo chocante. Manson, seus shows são feitos no mesmo espírito, não são?

M: Absolutamente, é o que eu sempre quis. E ainda mais agora. Todo o negócio da indústria se normalizou, é mundano, você compra um ingresso para um show... eu mesmo, entretanto, acredito que você não saiba onde o show começa e onde vai terminar. Isso causa mais medo.

Ok... Imagine agora que você possa mudar uma coisa no corpo humano. O que seria?

J: O cérebro. Eu criaria um cérebro em 4 partes, começando com as três: A frieza dos répteis, a matéria branca emocional e o córtex intelectual que é tão enorme que, para caber dentro do crânio, tem que embrulhar como um labirinto. Você teria que parar de lutar contra as coisas do cérebro. E eu criaria um quarto cérebro de pura energia telepática.

M: Fantástico! Acho que seria legal eu ter duas bocas. Não tenho tempo para comer e conversar. Duas bocas seriam úteis.

J: Fantástico! (bate de leve na nuca do Manson) Você colocaria ali, certo?

M: Exatamente. Você precisa de mais bocas para beijar melhor.

J: Quando você está sozinho... O que acontece? Porque você é duas pessoas. Há o Manson símbolo, e também um ser humano. Há um Manson famoso e um Manson privado. Como vive o Manson privado?

M: Quando fiz esse álbum, percebi várias coisas. Tirando um ciclo bem próximo de amigos, poucas pessoas me conhecem realmente, e isso é normal, eu nunca coloquei isso na minha música... Esse álbum sou eu. Escute às primeiras músicas; começa com essas palavras: “6:am Christmas morning”, e, efetivamente, eu escrevi na manhã de Natal e a cantei naquele dia. Decidi que o Manson privado estaria no centro desse álbum.

J: E é por isso que esse álbum é muito mais rico que os anteriores. Esse você fez com seu gêmeo. Seu gêmeo interior está começando a se expressar...

M: Obrigado!

J: Manson, você fala muito sobre o Demônio, mas você já o encontrou?

M: Ele está em mim, e, provavelmente, esse poderia ser meu gêmeo. De qualquer modo, é por isso que escrevi “You and Me and the Devil Makes 3”. Se você escutar essa música, é bem eu falando sobre mim mesmo.

J: O Demônio é o Ego. O ego é uma caixa que contém seu bem essencial, infinito e eterno. Essa caixa pode ser aberta ou fechada. Pegue o exemplo de um político... O real ser do político fica na caixa. Limitada. Rapidamente, você pode sofrer por causa desses limites. O Manson faz as coisas de uma forma diferente: Ele abre a caixa e autoriza seu real ser a existir. Ele o autoriza a ter uma voz. Por isso que meu amigo Manson empurra os limites. Mas com esse álbum, o Manson quebra esses limites emocionais. Estou certo?

M: Sim. Para o meu novo video, perguntei para um decorador, onde eu me encontrei literalmente dentro do coração. Eu combinei isso com “Lolita” e “Bonnie & Clyde”, e fala de um novo amor, com uma garota perigosa. Essa garota segura um punhal para mim, ela me traz de volta à vida. Vamos ao limite em uma corrida de carro cercada por uma montanha de fogo...

J: Um dia você terá que pegar sua fantasia de Manson e enterrá-la. Após isso, você pode se fechar por uma noite e um dia sem maquiagem, ou fantasia para se encontrar. Mas isso é possível comercialmente?

M: No vídeo não estou nem usando maquiagem. Filmei uma cena de sexo em uma cama que me interessa muito porque está chovendo sangue em mim e na garota. Você se encontra realmente no centro do coração.

J: Acho que terá um vídeo do Manson onde ratos devoram seus testículos!

M: Não, obrigado. Nenhum rato vai devorar meus testículos (risos).

J: Para mim, o rato é um animal vampírico, mais forte e mais inteligente que o homem. O rato que come suas bolas, come seu esperma; é uma substância sagrada e os ratos tornam-se cálices. Consigo imaginar muito bem um vídeo culminando em um papa brandindo com ecstasy um rato repleto com seu esperma... Esse é o vídeo que vou fazer...

M: Nossa! Eu interiorizo tudo. Eu criei meu próprio mundo.

J: E isso é o que você tem que fazer. Não há tempo para se comportar como pessoas normais. Você tem que ter a atitude do sábio velho que diz “Faça construção da destruição”. Os animais têm maneiras de se defender. Você pode escolher mudar as coisas, você pode escolher e salvar, você pode escolher atacar. Mas há uma maneira de vencer contra o mundo, e é de entrar em você mesmo profundamente. Eu diria que é exatamente o que você fez com esse álbum.

Manson, qual seu filme favorito do Jodorowski?

M: 'The Holy Mountain'.

J: Estou contente de ouvir isso, eu realmente sofri para fazer esse filme! Ninguém entendeu nada do que eu quis fazer. Foi uma grande felicidade para mim quando ele finalmente saiu... Se meu filme sai, é também graças a você, Manson. Você falou sobre mim em seu diário e desde então, em todo lugar do mundo que vou para dar coletivas de imprensa ou apresentar meus filmes, há um grande grupo de jovens góticos que vão me ver...

M: E é esperado, você é realmente a única pessoa a dizer coisas incríveis para nós.

J: Muito bem... Adeus. Irei aos seus shows, tem sido um bom dia. Acabei de entrevistar meu primeiro rockstar!

M: Muito obrigado.

Alejandro Jodorowsky e Marilyn Manson para a Rock & Folk, Maio de 2007
Entrevista na forma de uma leitura de Tarô (traduzido do Francês)

Conheci Jodorowsky em Paris e ele leu meu tarô. Ele também se identifica com o simbolismo canibal e me disse que neste disco eu estaria tentando ser humano. É o oposto da metáfora de Cristo, onde um homem vira um símbolo que as pessoas devoram (não literalmente). Eu sou um símbolo sem definição humana que decidiu por se tornar humano através do casamento e não tinha jeito de me definir. Esse CD tornou-se minha ascensão ao invés da queda. Ele disse que os anjos e os demônios são os mesmos, essencialmente. Disse, também, que esse CD foi uma pedra filosofal, o que eu acredito que seja verdade. Foi o resultado da alquimia que eu não percebi que tinha que realizar. Não é escolhê-lo como um tem. É vivê-lo. Você provavelmente terá que ser cego para esses conceitos para realmente realizá-las.

'The Red Carpet Grave', entrevista para o MansonUSA.com
12 de Maio de 2007

SG: Você fala do Twiggy como se fossem irmãos. Você muitas vezes machuca pessoas próximas. É o que as famílias fazem: discutem e depois reconciliam.

MM: Bem, você está certo sobre isso. O outro lado disso, e foi um aviso que tive de um dos meus ídolos, Alejandro Jodorowsky, um diretor que tem uma influência muito grande sobre mim. Ele disse pra mim, porque sempre lê meu tarô, e eu confundi o que foi dito... Eu até citei um monte de vezes em entrevistas, porque ele leu meu tarô e disse “este ano você se reconciliará com seu gêmeo”. Eu confundi as relações, e no final do ano, lá estava Twiggy. E foi isso que ele quis dizer. Ele mesmo me disse, quando nos encontramos depois disso. Foi minha loucura e minha projeção, o que eu queria ver, e Twiggy é isso.

'I've Got Nothing To Lose Now', entrevista para o SuicideGirls.com
6 de Dezembro 2009

 

Sources & references of interest within The TAROT & HOLY WOOD section of The NACHTKABARETT:

 

S e e   a l s o   o n   T h e   N A C H T K A B A R E T T :


TAROT FLASHCARDS & MASTERBOARD | Along with the song preview websites, from 1999 to 2003 Manson released six flashcard previews from The Last Tour On Earth, Holy Wood & The Golden Age Of Grotesque. Many of these flashcards contain hidden images & symbols which relate to the imagery of each era they are a part of.

Additionally to all Marilyn Manson flashcards offered for download is the Tarot Masterboard which one uses to unlock the codes contained within the cards. History, downloads and further details within.

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