the NachtKabarett
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todo conteúdo escrito © Nick Kushner a não ser quando anotado ao contrário
traduzido porRafael Bueno
Como pode ser visto com a arte do album, um aspecto da história que Manson preparou para ilustrar, com a parábola de Holy Wood, foi contada pela sua personificação de 'Adam Kadmon' que, na tradição cabalística, é o Adão do Jardim do Éden, o primeiro e íconico homem.
As quatro seções do album são delineadas cada uma com uma letra, soletrando 'ADAM', assim também foi visto no design do menu de MarilynManson.com durante essa era. O conceito de Adam Kadmon possui muitas complexas conexões ocultas, metafóricas, alquímicas e cabalísticas que são traçadas de forma bem resumida abaixo. Com a história de Holy Wood contudo, Manson traçou o crescimento semi-autobiográfico do personagem conhecido como Adam Kadmon, o qual vê a hipocrisia do mundo, a mórbida adoração a religião, o culto a celebridade e se prepara para começar uma revolução para mudar o mundo. A personificação de Adam Kadmon também foi feita em parte para ilustrar o grau de ingenuidade e inocência de um garoto vendo o mundo de um ponto de vista objetivo, que é frequentemente difícil de se enxergar quando se está totalmente imerso nele.
Liricamente, Adam Kadmon também é citado em referêcias semi-diretas tais como, "The atom of Eden, was the bomb (o átomo do Eden, era a bomba)", de 'Cruci-Fiction in Space'. Deixando de lado a óbvia similaridade de 'atom' com 'Adam' isso também sustenta o ponto de vista cabalístico da criação do mundo, em que o Adam (Adão) da Bíblia é na verdade uma metáfora para a criação do primeiro 'átomo' (atom), o primeiro tijolo na construção do universo. Pegando isso no contexto da história de Holy Wood , o '[Adam] do Eden' sendo 'a bomba' é duplamente uma metáfora para o protagonista semi-autobrigráfico de Manson preparando-se para destruir o mundo daqueles que o criaram e que o oprimira durante toda sua vida. Adicionalmente, a referência de Manson a Adão, com a história traçada por Holy Wood, Mechanical Animals e Antichrist Svperstar, é a prógene da transformação narrada pelos três albuns que completam o Triptych. Adam sendo a contraparte de Omega, personificado em Mechanical Animals, que é em quem Adam no final desenvolveu-se; assim ilustrando o verso em Revelações:
Eu sou Alpha e Omega, o começo e o fimRevelação 1:8
Como discutido anteriormente com a seção, a Árvore da Vida é um diagrama, ou microcosmo, que simbólicamente representa o progesso do alquimista ou cabalista. Esse progresso contudo é separado em 4 seções, ou 4 Mundos: O Mundo da Ação, O Mundo da Formação, O Mundo da Criação e o Mundo de Arquétipos, cada um designado a um nível de progressão . Como também mostrado acima, A Árvore da Vida corresponde ao corpo humano. Os mundos mais baixos são mostrados na Árvore da Vida como mais densos, mais literais e assim como eles sao representados mais abaixo no corpo humano, eles correspondem a isso e representam os sentidos e os estados de existência. Inversamente, os mundos mais altos correspondem aos pontos mais altos do corpo humano, estes são mais etéreos, divinos e espirituais e assim como Kether, o topo da Sephirah ou estado de conquista espiritual, está logo acima da cabeça, isso representa o estado de existência mais próximo de Deus. E coincidindo com esse tema, cada mundo é também associado a uma letra do Tetragrammaton, IHVH, (veja abaixo) ou correspondente, como no caso em mãos, a uma letra do nome 'ADAM' para representar cada estado de progressão.
Estes quatro mundos são meramente outro jeito de representar os estágios de evolução e transformação espiritual. Um certo jeito em que eles também podem ser representados é na Árvore da Vida uns sobre os outros para mais tarde delinea-los ; como cada mundo, cada estágio de transformação, requer por si só facetas separadas a serem lidadas, como nada é simples e de graça na vida. Este diagrama em Holy Wood é outra representação do perpétuo tema de transformação que é tão integral á arte de Manson.
"Quando um mundo termina, outra coisa começa mas sem um grito...." Os quatro Mundos da Cabala como mostrado no livrinho de Holy Wood |
A Árvore da Vida e as correspondências com os quatro mundos da Cabala. Na direita, demonstrando continuações do topo de uma Árovre para outra. Tirado do Garden Of Pomegranates por Israel Regardie |
A Árvore da Vida representada ou sobreposta na forma humana é frequentemente referida como Adam Kadmon, ou O Homem Celestial, "e contém consigo mesmo todas as almas, espíritos, e inteligências em cada parte do cosmos" (de 'The Tree Of Life' por Israel Regardie).
Atento á progressão e delineação desses mundos, da Árvore da Vida, "A totalidade de Sepheroth no Mundo Arquétipo ocupa o mais alto plano de consciência espiritual, a primeira aparição de consciência de Ain Soph ('O Sem-Limite', um sinônimo para Deus - Nota de NK). Conforme o processo de evolução procede, Adam Kadmon gradualmente se projeta mais longe na matéria, um tanto mais denso, esta unidade sendo aparentemente dividida, sendo espelhada em muitas facetas, formando o Mundo Criativo. Neste mundo, o plano contido na imaginação criativa do Macroprosopus que é trabalhado permanece longe, as faíscas ou idéias separadas vestidas com aquela condição da sutil substância apropriada áquela esfera. Aqui, também, uma completa Árvore da Vida é desenvolvida através de reflexão. Do Mundo Criativo, a Árvore é projetada num terceiro plano, o Mundo Formativo, onde as idéias imaginativas de logotipos, a faísca monadica espiritual já vestida na sutil substância mental do Mundo Criativo, é formada nas entidades coerentes definitivas, os modelos astrais a que deram vida, ou servem como as estáveis fundações do mundo psíquico. O Mundo Psíquico é o quarto e último plano, e assim como a projeção cristalizada do Mundo Formativo é o resumo e representação concreta de todos os mundos mais altos."
Este, que é um tema que sempre volta ao mesmo conceito acima, 'Está Terminado Quando Sete Forem Um', com tudo sendo um conjunto.
Direita; Adam Kadmon: O Andrógeno. Uma correlação que adiciona outra dimensão para a identificação de Manson com Adam e o Andrógeno / Mercúrio através da era Holy Wood. Ilustração tirada do Book II: 'Theology' of Isis Unveiled por H.P. Blavatsky, a mística russa do século XIX, a quem Manson citou como inspiração para muito dos temas e referências em Holy Wood, especificamente seu outro, muito conhecido, livro: The Secret Doctrine. |
Alchemy & Mysticism: The Hermetic Museum por Alexander Roob"O décimo Sephiroth não apenas forma o cospo cósmico do primeiro homem, Adam Cadmon, como também as três câmeras dos cérebros-superiores e os sete membros, mas de acordo com os ensinamentos de Isaac Luria, o Sephiroth individual é também reflexões da face mística, cada uma expressando um aspecto particular. A mais alta Sephira, Kether, é chamada de 'o tolerante' ou 'sagrado da velha era' ou 'estrela do universo.' Dele depende a vida de todas as coisas, de acordo com Zohar da curva de sua caveira orvalho flui incessamente para baixo no paraíso inferior: o néctar de Rosicurians, o filósofo Mercúrio.
"C. Knorr von Rosenroth, Kabbala denudata, Sulzbach, 1684"
Respectivamente, a quarta e terceira seções de Holy Wood (in the shadow of the valley of death)
"A celestial revolta do arrogante Lucifer, seu subsequente banimento para o abismo das trevas e A Queda de Adão, casualmente ligada a isso, forma o ponto de vista da Filosofia Hermética. Por essas duas catástrofes cósmicas produziu-se o caos 'primaterial' elementos, que forma o material inicial para o trabalho.
"O artista enfrenta a tarefa superhumana de trazer esse 'pedaço negro' de volta ao seu estado paradisíaco original através da completa subliminação. 'Está claro que a Terra como originalmente feita por Deus era completa e perfeita e também como a natureza e virtude da pedra do filosofo(...). Quando o homem caiu, Deus levantou-se zangado e amaldiçoou...
'A TERRA VERMELHA' (Adam deriva do hebreu : Adama, 'TERRA VERMELHA.'
isso foi visto como uma referência ao vermelho do lápis), ele destruiu as proporções intrínsicas disso, transformou sua homogenidade em heterogenidade e mudou-o tomando os elementos como uma ofensiva conflação de material: do qual segue a corrupção e a morte.' (Julius Sperber, em: Deutsches Theatrum Chemicum II, Nuremberg, 1730)
"De acordo com o místico Jacob Böhme, escrevendo no começo do século XVII, foi Lúcifer quem tem acendido o fogo na natureza incitando o ódio de Deus com sua arrogância, e 'doce amor, que surgiu no relâmpago da vida (...) se tornou uma marca da morte; argila se tornou um difícil derrubador de pedras, a casa da miséria'. (Böhme, Aurora, 1612)
"A Queda de Adão desenhada com a queda do homem de um original, unidade interna de um mundo externo de opóstos. De acordo com os ensinamentos Cabalísticos, tomados de Paracelsus and Böhme,
the Ur-Adam era andrógeno: 'Ele era um homem e mulher ao mesmo tempo (...)
...puro na respiração. Ele pode dar a luz partenogenicamente á vontade (...) e ele tem um corpo que pode passar por árvores e pedras.
"O nobre lápis filosoforum teria sido tão fácil para ele achar como uma construção de pedra.' (Böhme, Vom dreyfachen Leben, Amsterdam, 1682)
"A feminina que era essencial em Adam, antes de ser separada dele no sono, foi sua celestial conjunge Sophia (sabedoria). Blake chama ela de 'Emanação.'
"Depois de Adam se 'imaginado' fora do mundo na Queda, assim fortificando seu leve corpo astral para a carniçenta 'larva,' sua companhia e matrix deixou-o. Desde então sua existência tem sido sombria e irreal, um fantasma (espectro, o lado masculino)."O nivel mais alto de abstração das idéias de Jacob Böhme's e sua alucinatória forma linguista inspiraram muitas séries de ilustrações pelo teosofista de Nuremberg em Londres Dioysos A. Freher (1649-1728), o qual Blake ranqueou como as retratáveis descobertas de Michelangelo."
"O segundo símbolo do Zoroastro era Senemira - o Mal Princípio, representado por um A - Alpha - dentro de um círculo cercado por um pentagrama atingido por raios"The Complete Book Of Amulets & Talismans (O Livro Completo de Amuletos e Talismãs) por Migene González-Wippler
"Zoroastro ou Zarathustra (c. 628-551 B.C.E.) foi um religioso iraniano, líder e reformista, padre, e fundador do zoroatrismo, ou Parsiiam como é chamado na India. Junto com Moisés e Hermes Trismegistus (see TRISMEGISTUS ), Zoroastro era considerado pelos filósofos da renascença como um dos maiores professores espirituais do mundo - a prisci theogici- quem é anterior aos ensinamentos de cristo."The Tree Of Life (A Árvore da Vida) por Israel Regardie
De acordo com a mitologia grega, o Horai (A palavra grega para 'horas') era referida como a Deusa das estações, como também as celestiais medidas do tempo. Os doze Horai eram Deusas tutelares que eram cada uma associada como uma diferente hora do dia; Desde antes do nascer do sol até os momentos finais depois do crepúsculo. Como os antigos gregos não tinham meios de medir o tempo com a precisão que nós temos hoje, os doze Horai eram cada um localizado em certa hora do dia em relação ao movimento do sol pelo céu. Os Horai pensavam acompanhar Helios, que dirigiu sua carruagem dourada pelo céu, dividindo o dia da noite.
Os quatro Horai que Manson fez menção durante Holy Wood adicionou ainda outro elemento ao já multi-facetado Adam Kadmon. Não só era ADAM o homem celestial, como descrito pela Cabala, e representativo como a tangível forma da Árvore da Vida, mas seu nome é também um acronimo em relação as quatro das Horai que mais serviram a visão criativa de Manson. As quatro Horai identificadas como segue:
ANATOLE - A hora do nascer do sol
DYSIS - A hora do por-do-sol
ARKTOS - A hora da última luz
MESEMBRIA - A hora do meio-dia
"Os quatro foram acolhidos pelas doze Horai circulares, filhas de Khronos, contornando o trono ardente da incansável carruagem em um anel, servos de Helios que dão assistência ao seu carro brilhante, sacerdotisas do curso da luz cada uma em seu turno: pois elas dobraram o pescoço do servil para a ancestral manutenção do universo."O grego épico "Nonnus, Dionysiaca", circa século V, AC.
Tematicamente, Manson escolhe estes específicos Horais para reafirmar os numerosos elementos de renascimento e regeneração já presentes no Triptych. Humanos desde o começo de seu tempo na Terra tem sido capazrs de traçar aparente progressão do sol através do céu por meio do olho nu. Isso é ainda outra ilustração do contínuo tema transformação e renascimento paralelos ao Triptych.